Iniciativas em ESG e diversidade para mulheres: qual é o próximo passo?
Mapeamento de iniciativas aponta lacunas para mulheres em vulnerabilidade e sobreposições em empreendorismo
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Publicado em 19 de abril de 2023 às 17h01.
Última atualização em 12 de junho de 2023 às 18h02.
O Mapa do Ecossistema de Apoio às Mulheres Brasileiras, iniciativa da RME (Rede Mulher Empreendedora) para facilitar o acesso de mulheres às organizações que promovam alguma iniciativa que as beneficie, chega em sua 9ª edição com muito a comemorar: quase 200 iniciativas presentes.
Entre os principais critérios para que as organizações constem no Mapa estão: terem atuação nacional, estarem ativas e serem 100% focadas em mulheres. Os projetos, ONGs e empresas que aparecem no Mapa ( disponível para download e para interação online no site do Instituto RME ) são apresentados de acordo com o tema que trabalham. São 19 categorias que denotam diversas dimensões do ser mulher e das várias frentes de atuação na área: cobre de advocacy a mulheres do agronegócio.
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Um olhar atento, entretanto, à quantidade de iniciativas em cada categoria do mapeamento, revela que existem eixos já populados de ações e outros nos quais temos poucas ou nenhuma iniciativa nacional. Num mundo que se pauta cada vez mais pelas palavras de diversidade e ESG, criar mais e mais iniciativas para mulheres sem entender para onde de fato devemos caminhar, não só é um desperdício de recursos como pode ser um tiro no pé.
Por exemplo, a categoria com maior quantidade de iniciativas é a de empreendedorismo feminino, com 20% das iniciativas do Mapa focadas nesta área. Seguida de: liderança feminina corporativa, combate a violência, aceleração de startups e mulheres em STEM, que são as 5 categorias com maior número de ações para mulheres no Mapa.
Saber que temos muitas iniciativas de empreendedorismo para mulheres é um ótimo sinal para a causa! Porém é importante se questionar, porque tantas iniciativas num mesmo tema? Para quem está neste exato momento criando uma nova iniciativa deixo a questão: ao invés de reinventar a roda, que tal atuar de forma a unir conhecimentos diversos e complementar lacunas? Se temos quase 40 organizações ativas que atuam com empreendedorismo feminino nacionalmente, precisamos entender onde novas ações podem ser de fato valiosas para complementar o trabalho existente. Precisamos praticar a colaboração com as ONGs que mais precisam, precisamos questionar a forma de aprofundar o impacto ou dar recursos para escalar os resultados de quem já atua.
Que as próximas novas ações em ESG e diversidade tragam algum elemento completamente inovador ou se somem com quem entende. Se não isso, convido a olharem para assuntos que têm um peso maior nacionalmente e tem poucas iniciativas atuando, como o caso de mulheres em vulnerabilidade. Vamos apoiar quem faz bem e criarmos juntos impactos ainda maiores e melhores!
*Beatriz Leite é gestora de projetos, formada em gestão ambiental pela USP e pós-graduada em gestão de projetos pelo Senac. Atua há quase dez anos em negócios e organizações sociais, nas áreas de longevidade, desenvolvimento local, cultura e empoderamento feminino
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