Bússola
Um conteúdo Bússola

Como as mulheres pretas impactam nas organizações

A diversidade na sua empresa ajuda a entender as necessidades dos mais diferentes segmentos

Negros representam a maioria dos trabalhadores no Brasil  (Getty Images/Reprodução)

Negros representam a maioria dos trabalhadores no Brasil (Getty Images/Reprodução)

Bússola
Bússola

Plataforma de conteúdo

Publicado em 12 de abril de 2023 às 21h20.

Trabalhar a diversidade nas organizações pressupõe assumir que para além das pessoas serem todas iguais, elas possuem necessidades diferentes. E elas passam por questões individuais ou coletivas frutos de uma construção em nossa sociedade. A partir disso, abrimos espaços para discutir questões, como por exemplo, o impacto do racismo e o machismo nas estruturas internas de empresas, olhando para o corpo de funcionários, ou até mesmo para a cadeia de fornecedores, clientes e comunidades que fazem parte do ecossistema das organizações.   

Segundo dados do estudo "Desigualdades sociais por cor ou raça no Brasil”, realizado pelo IBGE, os negros representavam a maioria dos trabalhadores no país (53,8%) em 2021. Porém, ocupavam apenas 29,5% dos cargos gerenciais no mercado de trabalho, e esse número é ainda menor quando trata-se de mulheres pretas. Embora ainda não seja tão animador, já temos percebido há alguns bons anos no mercado corporativo que as instituições têm buscado se adequar cada vez mais nesse tipo de tratativa, enxergando  com bons olhos os frutos que as mulheres pretas podem proporcionar à saúde das organizações.

Ao todo, existe um propósito em se trabalhar para construir condições melhores de vida para as pessoas impactadas por toda essa desigualdade social existente em nossa sociedade, promover diariamente  uma educação empreendedora que visa um desenvolvimento sustentável, mitigando impactos de racismo, machismo e preconceitos e viver as consequências disso. Muito se fala em construir um futuro melhor, mas o desejo de mulheres pretas no ambiente corporativo é um presente melhor, justo, com oportunidades igualitárias e condições favoráveis ao desenvolvimento sustentável para todas as pessoas.  

A importância de ter pessoas negras em altos cargos executivos é exercer o que prega o moviemnto negro “nada sobre nós sem nós” e trazer a primeira pessoa para o campo das discurssões e, principalmente, soluções. Porém, há uma diferença em se ter pessoas negras liderando o movimento de diversidade e ter pessoas negras racializadas e com consciência social liderando esses movimentos de diversidade. Tivemos exemplos recentes do quanto é nocivo para as conquistas da população negra quando temos na liderança pessoas que não possuem essa consciência de construção histórica do nosso país e como ela se reflete nos dias de hoje. As organizações só têm a ganhar, uma vez que nós estamos falando de uma parte sociedade que foi privada por séculos de estar em espaços de construção de soluções que vão impactar mais da metade da população.  

Em aspectos de negócios, é estratégico abrir espaço para que pessoas negras liderem programas que vão  pensar como atraímos, desenvolvemos e retemos os talentos nas organizações. Como trabalhar no desenvolvimento de produtos e soluções com foco nesse grupo de pessoas, além de trabalhar o que falamos anteriormente que é a saúde mental nesses espaços para que de fato seja um ambiente favorável ao surgimento dessas ideias e soluções. A consequência disso é o que apresentamos das empresas: elas se tornam 30% mais lucrativas, mais inovadoras, que atraem os talentos, possuem melhor percepção de marca  e que performam bem na bolsa de valores.  

*Josy Santos é Líder da Unidade de Negócios de Empreendedorismo Feminino na Semente  

Siga a Bússola nas redes: Instagram | Linkedin | Twitter | Facebook | Youtube 

Veja também

Danilo Maeda: Um depoimento sobre o autismo 

Lugar de mulher é onde ela quiser (e também na tecnologia) 

Empresas podem negociar folga em dia de Tradições de Matrizes Africanas 

 

Acompanhe tudo sobre:Diversidade

Mais de Bússola

Caio Galantini: a inteligência artificial não tem vida própria 

Mercado de apostas: o que muda com a nova portaria de pagamentos?

Fátima Lima: Maio Amarelo e a urgência de conscientização sobre os perigos do celular ao volante

Por que a Minalba vai apostar na distribuição de bebidas esportivas?

Mais na Exame