Inteligência artificial está substituindo postos de trabalho humano (Reprodução/Reprodução)
Bússola
Publicado em 3 de outubro de 2022 às 12h30.
Última atualização em 3 de outubro de 2022 às 12h38.
Por Marina Ferreira*
Sabemos que a inteligência artificial está substituindo alguns postos de trabalho humano. Já temos chatbots para os quais fazemos pedidos, assistentes virtuais que preveem nossos hábitos e transporte público em veículos autônomos, como no caso da Finlândia. Há muito mais por vir. Resta entender em quais termos se dará a concorrência entre a força de trabalho do ser humano e o poder da IA.
Um estudo recente da Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação e de Tecnologias Digitais (Brasscom) aponta que a demanda por profissionais nas áreas de software, serviços de TI e tecnologia da informação e comunicação (TIC) deve chegar a 787 mil vagas até 2025. Apesar da disseminação da ideia de que a inteligência artificial diminui as oportunidades de emprego, ela na verdade cria novas posições. De acordo com o Fórum Econômico Mundial, até 2025, a IA vai eliminar cerca de 85 milhões de vagas de trabalho. E, ao mesmo tempo, criar 97 milhões.
Portanto, o que está em curso é uma transformação do trabalho. A máquina, de fato, vai substituir o ser humano em tarefas repetitivas, exaustivas ou perigosas. A consultoria PwC, por exemplo, calcula que a indústria de Saúde é uma das que mais podem se beneficiar dessa transição para a IA, criando quase 1 milhão de novos postos de trabalho para seres humanos. Surge aí, por exemplo, o mercado de técnicos em IA de saúde.
Trabalhos com alta probabilidade de erro humano serão feitos cada vez mais por IAs, que podem trabalhar 24/7. Isso envolve atividades que seguem um padrão previsível, como a marcação de horário para um serviço, ou o registro de um pedido de delivery; aquelas que demandam a análise de muitas informações ao mesmo tempo; e até mesmo a redação de peças jurídicas simples, como pareceres, ou até notas jornalísticas.
Isso porque a IA é capaz de escanear milhares de documentos ao mesmo tempo na procura de falhas e erros, e encontrar padrões que facilmente nos escapariam. No entanto, todas as máquinas exigirão a vigilância de um ser humano para programá-las e supervisioná-las, com capacidade de agir em caso de problemas. Esse profissional deverá ter uma alta capacidade de análise de problemas em tempo real.
A IA não é capaz de tomar decisões complexas nem de adicionar uma camada ética em suas automações. Ou seja, os trabalhadores de novas profissões que estão chegando deverão investir em criatividade e pensamento analítico para supervisionar tudo o que é desafiador para nossas mentes.
Seis skills que os profissionais de TI devem desenvolver para o futuro
Know-how técnico
Não basta ser especialista apenas em uma única área de atuação ou solução, o profissional de TI do futuro precisa saber como funcionam as novas tecnologias, soluções e as demais áreas de TI e como elas se integram. Além de ser capaz de se comunicar e trocar informações técnicas e estratégicas com todas as áreas que conversam com a sua, dentro de uma organização.
Pensamento crítico
Profissionais capazes de julgar a qualidade das informações, com alto poder de análise e determinados são cada vez mais indispensáveis às organizações.
Diagnóstico de problemas
A TI está adotando uma postura cada vez mais proativa, assim sendo, é primordial que o profissional da área seja capaz de diagnosticar e resolver problemas com agilidade.
Resolução de problemas complexos
Com a rápida evolução dos ambientes, os profissionais da área devem aprender a interpretar e analisar dados com profundidade e rapidez e serem capazes de resolver problemas cada vez mais complexos com criatividade e jogo de cintura.
Adaptação e flexibilidade
O profissional do futuro deve ser maleável e ter em mente que as profissões evoluem, o que significa que no futuro existirão outras profissões, com novas necessidades. E é extremamente importante saber se adaptar às mudanças.
Criatividade
Algoritmos, robôs e máquinas são capazes de realizar coisas absurdas, mas não conseguem ser criativos como os seres humanos. Quando criamos algo, levamos em conta nossa experiência de vida, lembranças, sensações e assim por diante. Embora a IA esteja alcançando novos patamares, a criatividade humana segue sendo um tanto quanto única.
*Marina Ferreira é vice-presidente de marketing, people e cultura da Asper
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