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Glaucia Guarcello: Por um ano novo mais inovador

Vamos olhar para 2022 e aprender com os erros para viver um ano melhor

2023 está logo aí (Getty Images/Reprodução)
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Bússola

Publicado em 25 de dezembro de 2022 às 19h00.

Estamos na fase do ano, quando todos ficamos mais reflexivos e fazemos resoluções para o novo ciclo que se inicia.

Por diversas vezes esperamos que as organizações se tornem mais inovadoras de fato, mas esquecemos que estas organizações são feitas por nós mesmos. Fazer a nossa própria transformação é um ponto essencial nesta jornada.

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Por que não colocar comportamentos inovadores em sua rotina para aumentar a sua possibilidade de gerar soluções novas no ano que se inicia? Preparei uma lista de resoluções práticas para apoiar este objetivo.

Aumente sua capacidade criativa: exercícios simples podem melhorar a sua capacidade de criar como realizar tarefas rotineiras com a outra mão, alternar caminhos para se locomover, se alimentar bem, com uma dieta que nutra plenamente o seu cérebro e que incentiva sua cognição.

Faça exercícios de “What if” com seu time: a grande aversão à inovação não vem da inovação em si. Vem do risco atrelado a se inovar. Incentive seu time (e você também) a listar o que pior pode acontecer no caso de uma ideia não funcionar. A gestão e o conhecimento dos riscos ajudam muito no avanço da inovação.

Se movimente: seu cérebro precisa de uma boa oxigenação para pensar de forma clara. Exercícios físicos ajudam no controle da ansiedade e na capacidade cognitiva, além de propiciarem um momento de espaço mental para as conexões criativas.

Conheça conteúdos e pessoas diferentes: consuma textos, livros, eventos, filmes e séries de formatos e nacionalidades diferentes dos seus usuais. Estude coisas novas, de áreas diversas. Converse com desconhecidos, se aproxime de outros departamentos, faça programações diferentes aos finais de semana. Quanto maior o seu repertório, maior a chance de gerar soluções não óbvias.

Se aproxime da arte: a arte é a base para a criação e a evolução humana. Ela ativa partes do cérebro que muitas vezes não utilizamos. A arte desperta sentidos e percepções de enorme valia para um inovador.

Exercite ser o último a dar a sua ideia: principalmente em cargos de liderança, é extremamente importante exercitar a criação de espaço para as ideias surgirem. Quando o líder dá logo de cara todas as suas opiniões e percepções, a convergência de ideias acontece muito mais rapidamente que o ideal. As pessoas tendem a seguir e a concordar com a ideia do líder mais do que com as suas próprias ideias.

Pratique a escuta ativa: ouvir para entender o outro (ao invés de ser simplesmente para responder o outro) é um exercício difícil, mas essencial em uma cultura inovadora. Se desarme, não ouça pensando na resposta, ouça genuinamente e se permita mudar de ideia.

Antes de criticar uma ideia, pense em como ela pode ser melhor: desligue um pouco o botão de extrema análise e crítica e se obrigue a avaliar ideias inicialmente sob um prisma construtivo. Antes de pensar em “isso não vai funcionar” ou “você não pode fazer isso”, mude para “como podemos melhorar esta ideia” e “que pontos de atenção precisamos ter”. Ensine seu cérebro a julgar menos e a construir mais.

Não esqueça da disciplina: por mais que ideias sejam importantes, executá-las com disciplina é a etapa principal do processo de inovação. Não se deixe permear apenas pelo momento inicial de euforia criativa. Tenha disciplina para acompanhar, de forma estruturada e focada, os indicadores da execução da inovação, pois é aí que está o valor que ela cria.

Não tenha vergonha de expor soluções em fase inicial: ideias iniciais são uma fonte enorme de possibilidades. Não espere ter todas as informações e detalhes para compartilhar suas ideias, pois timing é tudo para a inovação prosperar. Co-construa mais do que apenas informe. Não é você e sua ideia contra o mundo, é você e sua ideia com o mundo.

Entenda mais sobre tecnologias: busque pelo menos o mínimo de letramento tecnológico. Entenda o que tem acontecido, as tendências e as aplicações. Tente perceber o que a tecnologia atual pode gerar de transformação nos seus negócios. Não tenha medo da tecnologia, seja proativo(a) e não reativo(a) à ela.

Faça a dinâmica dos chapéus: se obrigue a exercer diferentes perspectivas ao analisar inovações. Imagine você com um chapéu otimista, um de riscos, um jurídico, um financeiro, e vários outros,  e analise apenas sob aquela perspectiva em cada rodada. Isso ajuda bastante a reduzir nossos vieses naturais.

Se aproxime do ecossistema de startups: respire um pouco mais o ecossistema de inovação, frequente hubs, eventos, aceleradoras, universidades. Esteja ao lado de quem está desenhando futuros prováveis e contribua. Isso ajuda a todos os lados.

Se permita errar e aprender: lembre-se que ninguém nasce sabendo nada nessa vida. Aprendizagem é um processo natural e empírico. A gente aprende a andar caindo e levantando. Não seja tão exigente com você  e foque mais no aprendizado e nos próximos passos do que em remoer o passado. Ninguém inova sem errar.

Encontre grupos de pessoas com objetivos similares em inovação: busque pessoas que também têm se transformado, inovado e gerado impacto. Troque, se inspire e se energize. Comunidades de prática nos ajudam muito a aprender a partir dos erros dos demais e  a acelerar nosso processo.

Que em 2023 sejamos todos muito mais inovadores. O mundo precisa.

*Glaucia Guarcello é professora do Núcleo de Inovação e Empreendedorismo da FDC e sócia-líder de Inovação da Deloitte

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