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Gestão Sustentável: a urgência do futuro

De acordo com uma pesquisa recente, já falhamos uma das metas do Acordo de Paris. Agora, a agenda de sustentabilidade se faz mais necessária do que nunca

A temperatura média do planeta está 1,7ºC mais alta do que os níveis pré-industriais. (CentrallTAlliance/Getty Images)
Danilo Maeda

Head da Beon - Colunista Bússola

Publicado em 6 de fevereiro de 2024 às 14h03.

Esta semana, uma pesquisa publicada pela revista científica Nature indicou que a temperatura média do planeta está 1,7ºC mais alta do que os níveis pré-industriais. Isso significa que já falhamos em cumprir uma das metas do Acordo de Paris, que busca limitar o aquecimento global a 1,5ºC.

O cenário é catastrófico e desanimador em alguma medida, mas é preciso coragem para lidar com os fatos: precisamos de ambições climáticas mais altas, de ações mais rápidas e de investimentos (muito) maiores para escalar e acelerar uma profunda agenda de transformação – e não apenas transição – da economia e de nosso próprio modo de vida.

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Sem esse conjunto de medidas, colocamos em risco as chances de bilhões de pessoas terem acesso a condições minimamente adequadas para sua sobrevivência, hoje e no futuro.

Quais medidas devem ser tomadas?

As medidas necessárias são em grande parte conhecidas, mas ainda aplicadas sem a escala e/ou velocidade necessárias:

Todas devem se somar a mecanismos de mercado que incentivem e precifiquem os impactos de nossas decisões no planeta.

Nesse sentido, é fundamental acelerar a agenda regulatória que promove o desenvolvimento sustentável . Esta é uma agenda urgente e relevante demais para esperarmos até todos serem convencidos de que vale a pena gerir, reduzir e compensar impactos negativos.

Agendas necessárias

Um exemplo desta agenda de oportunidades para governantes demonstrarem seu compromisso com o futuro foi votado no final de 2023 pela Câmara dos Deputados e seguirá agora para o Senado Federal.

Trata-se do PL 2148/15, que regulamenta o mercado de carbono no Brasil . Esse mecanismo é fundamental para os setores mais intensivos em emissões de gases de efeito estufa (GEE) participarem de maneira mais ativa e equilibrada dos esforços de redução dos impactos produzidos por suas atividades.

Na forma em que foi aprovado pela Câmara, o PL estabelece um sistema “ cap and trade ”, no qual são estabelecidos limites para emissões aplicáveis às indústrias proporcionalmente mais poluentes.

Esses limites são reduzidos gradativamente ao longo do tempo, como incentivo a um processo contínuo de redução dos impactos produzidos pelas organizações reguladas.

No mercado, existe a possibilidade de os agentes que registrarem emissões superiores ao limite compensarem o excedente comprando créditos de empresas que conseguiramreduções adicionais ao limite legal ou de organizações que geram créditos ao implantar projetos que sequestram e estocam carbono no chamado mercado voluntário, desde que seguindo um conjunto criterioso de normas técnicas e verificações externas.

A peça legal é oportuna e necessária para os esforços globais de combate à emergência climática, por criar mecanismos de geram demanda por projetos de preservação de nossos biomas ao mesmo tempo que precifica a poluição e induz sua redução gradativa.

A retomada da agenda legislativa em um ano que antecede a realização da COP30 em Belém é um momento único para parlamentares e governantes demonstrarem seu compromisso com o futuro do Brasil e do mundo.

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