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ESG e a meritocracia

A meritocracia tem tudo a ver com a letra G da sigla que ganhou o mundo, e sua implementação pode avançar mais com reformas estruturais

Meritocracia: Valor está intimamente ligado à governança corporativa nas organizações (Krisikorn Tanrattanakunl / EyeEm/Getty Images)

Mariana Desidério

Publicado em 20 de dezembro de 2020 às 11h22.

Última atualização em 15 de abril de 2021 às 13h59.

A meritocracia está intimamente ligada à governança corporativa nas organizações e, portanto, tem tudo a ver com ESG. E seu avanço também está no bojo das questões ambientais e sociais que sofreram um chacoalhão e tiveram sua urgência acelerada brutalmente pela pandemia.

A meritocracia nas empresas tem relação com a transparência nas decisões e com a ética organizacional. Boa parte das principais corporações brasileiras já percebeu há um bom tempo a sua importância e tem buscado implementá-la com cada vez mais seriedade, e isso é ótimo.

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Já na sociedade em geral, a plena fluidez da meritocracia também está muito vinculada, no Brasil, à necessidade de duas grandes reformas: a tributária e a administrativa.

Primeiro para reduzir a burocracia e eliminar os inúmeros entraves que amarram a pessoa que almeja empreender para assim se tornar independente e prosperar por meio do seu próprio esforço.

E depois para pôr fim a privilégios que apenas um grupo desfruta e são inacessíveis a todo o resto da população, como promoção por tempo de serviço e outros benefícios que levam às alturas o déficit público e alargam a nossa já enorme desigualdade social.

Por fim, a meritocracia também depende de uma verdadeira revolução na educação. Todos os países que registraram saltos expressivos nos rankings internacionais de eficiência econômica e qualidade de vida encararam este assunto de frente.

“Meritocracia só existe de verdade quando há igualdade de oportunidade”, disse recentemente o presidente do Itaú Unibanco, Cândido Bracher, em painel online realizado com CEOs para discutir liderança com propósito em empresas que visam a sustentabilidade.

Na educação, a participação das empresas também é fundamental. Muitas delas já se engajaram fortemente nisso, seja contribuindo na discussão sobre políticas públicas para a área, seja instituindo programas próprios que coloquem o desenvolvimento de pessoas como prioridade. Estamos avançando. Mas precisamos acelerar o ritmo.

* Sócio-Diretor da Loures Comunicação

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