Segmento fatura bilhões anualmente no Brasil (Ueslei Marcelino/Reuters)
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Publicado em 27 de fevereiro de 2023 às 19h30.
O serviço funerário é um dos mais antigos e necessários da humanidade, mas normalmente é alheio à revolução digital. Porém, a tecnologia pode ser fundamental para facilitar a vida das pessoas em um momento de sensibilidade, além de despontar como forte aliada dos negócios.
Dados do Sindicato dos Cemitérios e Crematórios Particulares do Brasil (Sincep) apontam que o faturamento anual do segmento no país ultrapassa os R$ 7 bilhões. Nos Estados Unidos, a projeção do setor funerário é alcançar US$ 42 bilhões até 2027, segundo estimativa da Global Absolute Markets Insights.
Nesse cenário, empresas de tecnologia estão enxergando uma chance considerável de crescimento e, paralelamente, contribuindo para evolução de um setor tão essencial para a sociedade. O apoio de novas tecnologias é essencial para atender à gestão de negócios e às demandas do setor, levando em conta uma sociedade cada vez mais digitalizada e, principalmente, as facilidades que a inovação pode trazer para um tema tão sensível.
Quando têm algum óbito na família, as pessoas são obrigadas a enfrentar um processo desconfortável e burocrático de organização do velório e demais trâmites necessários, como o inventário, por exemplo. A boa notícia é que a realidade do segmento já está em mudança. Nos últimos anos, principalmente após a pandemia da covid-19 e a necessidade de isolamento social, diversas tecnologias surgiram.
Hoje, já existem entidades que oferecem opções inovadoras, como velório on-line, atividades no metaverso, QR Code para identificação de lápides, lápides digitais e aplicativos que facilitam o acionamento do luto e trazem informações relevantes para o momento do óbito e pós-óbito.
Um case de sucesso no país é o software de gestão da Novacorp. A empresa foi pioneira no desenvolvimento de uma solução que une as demandas de funerárias e os planos funerários em uma mesma plataforma, uma tecnologia, até então, inexistente no mercado.
O sistema vai ao encontro do enquadramento à lei federal de planos funerários, que passou a exigir adequação contábil e financeira de todo o setor. Além da geração do carnê, cobranças e acordos, por exemplo, ele conta com integração 100% online para registros de títulos bancários com os maiores bancos do país.
Entretanto, ainda existe uma grande jornada no segmento, levando em consideração as diversas possibilidades de expansão das death techs. O grande desafio é criar soluções que agreguem valor às pessoas, levando em conta o momento delicado que as famílias enfrentam na hora de uma morte.
Ferramentas ainda pouco vistas no Brasil, mas que devem ser tendências nos próximos anos, integram: sistemas para auxílio no trâmite de inventário, plataformas mais robustas para popularização do metaverso (levando em conta pessoas que sentem receio de entrar em cemitérios), amadurecimento da comunicação via redes sociais para realizar homenagens aos que faleceram e ainda dispositivos mais técnicos, como as novas formas de sepultamento baseadas em compostagem humana ou hidromação.
Uma dica é entender profundamente a necessidade do empreendimento ao optar por uma tecnologia, para criar algo que realmente solucione uma dor do público. Consultar mercados mais maduros, como o de cemitérios americanos, também é uma boa pedida. Mas, acima de tudo, deve-se investir em plataformas alinhadas com a carga emocional que o momento do luto carrega, ou seja, preparadas para atender às necessidades de forma prática, intuitiva e sensível.
*João Paulo Magalhães é sócio do Grupo Colina dos Ipês
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