Entre outros: "A suprema política brasileira é feita no Judiciário." (webphotographeer/Getty Images)
Analista Político - Colunista Bússola
Publicado em 22 de dezembro de 2023 às 16h45.
Última atualização em 22 de dezembro de 2023 às 18h08.
O jabuti é o animal mais rápido de Brasília. Num piscar de olhos entra em qualquer texto parlamentar, mesmos os mais desconexos.O mascote do Congresso Nacional é o jabuti, criado em cativeiro e com grande valor de mercado. Se multiplica mais que coelhos em época de tramitação de projetos de lei de impacto econômico.
A suprema política brasileira é feita no Judiciário.
O ministro do Supremo no Brasil é indicado por um presidente político, depois de criar boas relações com os amigos do poder. Tem que fazer campanha para ser aprovado no Senado. Quando a operação é bem sucedida, é a carreira política mais longeva do país.
A bancada conservadora do Congresso Nacional adoraria levar o Judiciário ao banco dos réus.
O Supremo também tem seu centrão.
A Justiça brasileira defende primeiro seus direitos. Depois cobra os deveres dos outros.
Quando o Supremo toma uma decisão ambígua, é certo que alguém perderá muito com a jurisprudência.
A insegurança jurídica brasileira é ampla, geral e irrestrita.
Os regimentos internos da Câmara dos Deputados e do Senado só têm validade para aprovação em concurso público.
No passado, alguns parlamentares sequer sabiam o que estavam votando. Atualmente, sequer sabem o que votaram.
A transparência política brasileira é uma questão de chumbo.
O tempo muda a matéria: delações premiadas viraram maldição nacional.
Mais vale um deputado do centrão na mão do que um radical livre.
A democracia interna de alguns partidos significa a submissão dos outros.
O Banco Central conseguiu baixar a inflação. Quem mais faturou foi quem trabalhou contra.O mercado adora vender enganos, projeções equivocadas e ações bichadas. Só não aceita devolução.
Políticos adoram repetir os mesmos erros em série. E sempre voltam aos mesmos locais para cometê-los.
O debate político brasileiro é produto de fortes paixões extintas no paleolítico.
Em política, o pecado mortal sempre pode ter o sagrado perdão pelo voto.
Quando um governo quer arrecadar e um Congresso quer gastar, a conta sempre acaba no bolso do povo.
O objetivo central da política é melhorar a vida dos políticos.
Governo não tem dinheiro, é apenas gestor. Mas adora tomar posse definitiva.
Quando um país fica permanentemente em reformas, é sinal que a obra permanecerá sempre inacabada.
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