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3 perguntas de ESG para Henrique Castellani, da Liv Up

Cofundador da foodtech que virou fenômeno de crescimento fala da estratégia para rastrear produção e aumentar a qualidade das refeições

Henrique Castellani, cofundador da Liv Up. (Liv Up/Divulgação)
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Bússola

Publicado em 24 de junho de 2021 às 08h00.

Por Renato Krausz*

1. Quais são os principais desafios socioambientais da Liv Up?

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Henrique Castellani: A Liv Up quer transformar a cadeia de alimentação no Brasil e provar que é possível levar comida boa e de qualidade para as pessoas e para o planeta. Queremos propor uma alternativa ao sistema de alimentação convencional, que tem de um lado uma indústria com métodos antigos e, de outro, pessoas que querem viver e comer melhor, além de gerar impacto positivo no mundo.

Então a gente está construindo uma marca direct to consumer, que elimina intermediários da cadeia, com muita tecnologia para nos dar rastreabilidade de todos os produtos e para gerar uma proximidade com os consumidores tão genuína a ponto de eles criarem nosso portfólio com a gente. Estamos fomentando a cadeia de orgânicos no Brasil. Mantemos uma parceria com 35 famílias de agricultores, de quem compramos mensalmente 100 toneladas de orgânicos. Apoiamos o desenvolvimento da agricultura familiar, com planejamento de plantio, garantia de compra das matérias primas, definição de preços fixos, justos e competitivos, sem a flutuação de mercado que acontece na cadeia tradicional, e com possibilidade de microcrédito rural, por meio de adiantamentos financeiros a juros zero.

2. É possível eliminar o desperdício de alimento e reduzir o uso de plásticos neste setor?

Henrique Castellani: A cadeia encurtada do nosso modelo direct to consumer elimina intermediários e, assim, garantimos mais saudabilidade e sabor direto do produtor para a mesa das pessoas. Trabalhamos com taxas de desperdício de alimentos de menos de 2%, diante de uma cadeia que costuma desperdiçar 30% de todo o alimento produzido no mundo.

A Liv Up tem usado cada vez mais embalagens alternativas biodegradáveis, de papel. Todos os nossos lançamentos recentes são produzidos com materiais alternativos. Temos um time de sustentabilidade dedicado a desenvolver projetos de impacto e buscar novas soluções. E, quando utilizamos plástico, é o PE Verde, um polietileno produzido a partir de cana-de-açúcar, um recurso renovável.

3. Como a empresa garante a procedência sustentável dos produtos?

Henrique Castellani: Uma das nossas condições para a parceria com os agricultores é que todos os manejos e tratos culturais sigam a legislação orgânica brasileira, a Lei 10.831, de 2003. Nós ajudamos os produtores na busca de certificações. Os custos para obtê-las são altos, chegam a R$ 5 mil ao ano, o que pode pesar na decisão do produtor de tirar o certificado. O processo também pode ser bastante moroso e burocrático.

A Liv Up ajuda os produtores na busca da documentação necessária em cada etapa do processo e trabalhamos em grupos para reduzir os custos em até 65% para cada um dos produtores. Gerar um impacto positivo na vida de quem está fazendo a diferença no campo repercute e beneficia toda a cadeia e contribui cada vez mais com o fomento do setor de agricultura do país.

*Renato Krauszé sócio-diretor da Loures Comunicação

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