Roger Abdelmassih é preso: Vania afirmou não ter sentido pena, mas sim solidariedade à sobrinha de Abdelmassih (Secretaria Nacional De Antidrogas do Paraguai/Fotos Públicas)
Da Redação
Publicado em 15 de maio de 2015 às 10h06.
São Paulo - Vítima do ex-médico condenado por estuprar pacientes, Vania Lopes foi confrontada pela sobrinha de Roger Abdelmassih, Roberta Amaral, na noite desta quinta-feira, 14, em São Paulo.
Vania participava do lançamento do livro Bem-Vindo ao Inferno, a História de Vania Lopes - A Vítima que Cassou o Médico e Estuprador Roger Abdelmassih. A obra é um relato de Vania ao jornalista Claudio Tognolli.
Vania contou que reconheceu Roberta na fila de autógrafos. "Quando ela chegou na ponta (da fila), disse para mim: 'Você sabe que não é verdade'. Então eu respondi: 'Então seja bem-vinda à verdade'."
A vítima disse que Roberta não chegou a ofendê-la, mas foi "um pouco agressiva" ao dizer que Vania tinha acabado com a vida de sua mãe de 80 anos, irmã de Abdelmassih.
"Ela estava emocionada, acho que no fundo agora ela está sofrendo muito, porque não há mais dúvidas (da culpa de Abdelmassih)."
Vania afirmou não ter sentido pena, mas sim solidariedade à sobrinha de Abdelmassih, por estar hoje trabalhando com mulheres vítimas de violência. "Queria abraçá-la, mas ela veio na posição de ataque então não pude fazer nada."
Vânia disse também não ter sentido raiva. "Não senti nada. Eu não acabei com a vida dela, quem acabou com tudo sempre foi ele, quem levou o nome Abdelmassih para lama (foi ele). Eu não fiz nada, eu sou a vítima da história, quem é o criminoso é ele."
A vítima disse ter reconhecido Roberta porque na época do escândalo conviveu com familiares em tentavam defender o médico.
"A família o defendia, inclusive a Roberta, que acobertou onde ele estava", relatou.
Vania disse apenas esperar que o livro, que Roberta disse que leria, a faça ver a verdade e conhecer o drama das vítimas de seu tio.
Roberta não foi encontrada pela reportagem para comentar o episódio.
O ex-médico ginecologista Roger Abdelmassih foi condenado, em 2010, a 278 anos de prisão por 48 estupros a 37 mulheres - inicialmente, era acusado em 56 casos, mas foi absolvido em oito deles. Ele foi preso em agosto do ano passado após passar três anos foragido da Justiça.