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Via Dutra ganhará novas pistas em trecho da Serra das Araras com investimento de R$ 1,5 bilhão

A pista de descida será remodelada e ganhará duas novas faixas. Quando a obra estiver pronta, em 2029, o tempo de subida vai cair 25% e o de descida, sentido Rio, cairá 50%, segundo a concessionária

Estadão Conteúdo
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Agência de notícias

Publicado em 14 de abril de 2024 às 11h45.

Uma nova obra na Via Dutra, principal ligação entre São Paulo e o Rio de Janeiro, prevê diminuir o tempo que motoristas levam para transpor a Serra das Araras, um dos grandes gargalos dessa estrada. A concessionária CCR RioSP deu início na sexta-feira, 12, à construção de uma nova pista para a subida da serra, sentido São Paulo.

A pista de descida será remodelada e ganhará duas novas faixas. Quando a obra estiver pronta, em 2029, o tempo de subida vai cair 25% e o de descida, sentido Rio, cairá 50%, segundo a concessionária.

A obra viária é uma das mais aguardadas, já que a rodovia está entre as mais movimentadas do país. Pela serra passam, nos dois sentidos, 390 mil veículos por mês (36% são de carga).

Durante as obras, haverá dias e horários de interdições programadas, o que vai impactar o trânsito. Conforme a concessionária, eles transportam o equivalente à metade do valor do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil.

O traçado da Rodovia na Serra das Araras ainda é o original, de 1940, com muitas curvas, não comportando o volume de tráfego. Os acidentes são frequentes.

A serra tem um desnível de aproximadamente 400 metros, equivalente à altura do Pão de Açúcar, cartão-postal carioca.

Atualmente, são duas faixas para descer e outras duas para subir. Depois que as obras forem concluídas, o motorista terá quatro faixas com um acostamento em cada sentido. Isso vai aumentar a velocidade de 40 km por hora para 80 km/h, tanto na descida quanto na subida.

Entenda o que será feito na Via Dutra

A concessionária planeja investir R$ 1,5 bilhão na nova pista, onde serão construídos de 24 viadutos, duas rampas de escape na pista de descida, melhoria em 14 pontos de acesso e a construção de uma via marginal na pista sul, sentido São Paulo.

As obras incluem a construção de um trecho de oito quilômetros por sentido, totalizando 16 km de extensão, entre o km 225 e o km 233. Neles serão construídas 93 contenções, oito pontos de ônibus e três passarelas.

As obras devem durar 52 meses e serão instalados 30 canteiros simultâneos, gerando 5 mil empregos diretos e indiretos, segundo a concessionária.

A maior parte da mão de obra será absorvida dos municípios do Rio, como Piraí e Paracambi. A previsão da concessionária é entregar a nova pista de subida em 2028. Já a pista de descida deverá ser concluída em 2029.

Ao Estadão, a diretora-presidente da CCR RioSP, Carla Fornasaro, explicou que a atual pista de descida da serra é muito antiga e sinuosa e será descontinuada. "Por ser bastante sinuosa, ela já não comporta o tipo de veículo de carga que passa pela Dutra. Por isso, vamos fazer uma nova", detalhou.

A demanda atual de tráfego na rodovia inclui veículos articulados e alongados, que exigem pistas mais largas, segundo ela. "A atual pista usada para subir do Rio para São Paulo passará a ser usada para descida e vamos construir uma nova pista para a subida."

O plano é aproveitar apenas uma parte do traçado da atual pista de subida, onde for possível aumentar de duas faixas de rolamento para quatro, que será o novo desenho da Serra das Araras.

"Não vamos fazer túneis. A maior parte das novas pistas será elevada, com viadutos, como é a Imigrantes, na Serra do Mar, em São Paulo, até para evitar impactos na mata", descreve. "É uma área que precisa ser protegida ambientalmente, por isso a nova pista será praticamente aérea."

A gestora garantiu que não haverá novos pedágios no trecho. "Serão as mesmas praças já existentes, sendo que a mais próxima da serra está em Itatiaia, que fica bem longe. A nova Serra das Araras vai trazer fluidez para o trânsito, sem gerar mais pedágios", disse.

As obras começaram oficialmente na sexta, na cidade de Paracambi ao pé da serra, e seguirão no sentido de Piraí. "Estou na Via Dutra há 15 anos, fui presidente da concessionária anterior e, desde que cheguei, se fala na necessidade de melhorar a Serra das Araras. É incompatível com o tráfego de hoje", disse Carla.

Outro problema recorrente são quedas de barreira durante a temporada de chuvas, o que aumenta o risco de interdições.

Quais são as interdições programadasna Via Dutra?

As obras no novo sistema viário da Serra das Araras vão impactar o trânsito, exigindo interdições programadas em dias e horários específicos para detonar rochas com explosivos, sobretudo na pista sul, sentido São Paulo.

Essas intervenções devem durar 29 meses - quase dois anos e meio. Ao todo, serão retirados 2,5 milhões de metros cúbicos de material das escavações. A CCR vai construir uma central de britagem para reaproveitar os resíduos da construção.

Para melhorar a segurança, serão construídas duas rampas de escape na pista de descida. As rampas, feitas com brita ou areia são prolongamentos da rodovia projetados para reduzir a velocidade dos veículos, especialmente caminhões, em descidas acentuadas.

A região ganhará três novas passarelas e uma via marginal próximo à Vila Cruzeiro, no trecho de serra.

As novas pistas terão iluminação em todos os trechos e serão monitoradas por câmeras. Entre elas, haverá câmeras de detecção automática de incidentes.

Haverá ainda rede móvel 4G para facilitar a conectividade e possibilitar acesso aos serviços da concessionária.

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