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Vélez Rodríguez cai hoje, como sinalizou Bolsonaro?

Presidente afirmou que futuro do ministro da Educação deve ser definido hoje, 8. Vélez se notabilizou por defender o Escola Sem Partido e negar golpe de 64

VÉLEZ: Bolsonaro indicou que poderá exonerar o ministro da Educação por falta de gestão (Amanda Perobelli/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 8 de abril de 2019 às 06h07.

Última atualização em 8 de abril de 2019 às 06h36.

Na semana em que completa cem dias no cargo o presidente Jair Bolsonaro expurgará um de seus ministros que mais lhe dão dor de cabeça? O presidente Jair Bolsonaro afirmou na sexta-feira que o futuro de Ricardo Vélez Rodríguez, ministro da Educação, deve ser definido nesta segunda. Ontem, reiterou que “amanhã a gente resolve” o destino do ministro.

A pasta vive uma crise profunda em meio a disputas entre militares, técnicos e seguidores do filósofo Olavo de Carvalho, uma das principais influências do governo. Em três meses no cargo, o colombiano Vélez Rodríguez criou uma série de polêmicas, como quando enviou uma carta a escolas pedindo que o slogan de governo fosse lido pelos alunos, ou quando afirmou que tiraria as referências ao golpe de 64 dos livros didáticos. Também acumulou demissões em cargos fundamentais para a gestão da educação no país.

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Na semana passada Bolsonaro culpou a falta de gestão pelos problemas no ministério da Educação. Em entrevista à revista VEJA, a deputada Tábata Amaral (PDT-SP), que ficou famosa ao cobrar Vélez a ir além de uma “lista de desejos”, afirmou que a ideologia contamina as posições da pasta, como no projeto Escola sem Partido . “É uma completa perda de tempo em um país em que os alunos não sabem fazer uma conta”, disse.

Seria a segunda baixa no governo, após a demissão do ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, em meados de fevereiro, em meio a uma crise política gerada pela suspeita do uso de laranjas nas eleições. Bolsonaro também sinalizou que deve resolver hoje uma disputa pelo comando da Agência Brasileira de Exportações e Investimentos (Apex).

Ontem, durante evento em na universidade Harvard, nos Estados Unidos, o vice-presidente Hamilton Mourão confirmou que Bolsonaro anunciará “mudanças” no Ministério da Educação nesta segunda-feira, mas não bateu o martelo na saída de Vélez Rodríguez.

Na noite da quarta-feira, 27/3, a jornalista Eliane Cantanhêde, da GloboNews, anunciou ao vivo a demissão do titular do MEC, para depois ser desmentida tanto pelo ministro quanto pelo presidente. “Sofro fake news diárias como esse caso da ‘demissão’ do ministro Vélez”, escreveu o presidente. Se Vélez de fato cair nesta segunda-feira, Cantanhêde terá distribuído fake news, ou apenas antecipado o fato em 10 dias? Caso o ministro fique onde está, desta vez Bolsonaro não poderá culpar a mídia — foi ele mesmo, afinal, quem espalhou a notícia.

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