USP, Unesp e Unicamp debatem cotas
Mesmo sem um calendário claro de participação, a ideia é abrir o debate com os professores antes de o projeto chegar aos conselhos universitários, que baterão o martelo
Da Redação
Publicado em 18 de fevereiro de 2013 às 09h26.
São Paulo - As universidades estaduais de São Paulo - USP, Unicamp e Unesp - já encaminharam para as unidades de ensino o projeto de cotas desenhado entre reitores e o governo estadual. Mesmo sem um calendário claro de participação, a ideia é abrir o debate com os professores antes de o projeto chegar aos conselhos universitários, que baterão o martelo.
Batizado de Programa de Inclusão com Mérito no Ensino Público Paulista (Pimesp), o projeto propõe alcançar, em três anos, 50% das matrículas em cada curso de alunos da escola pública, sendo 35% pretos, pardos e indígenas. Parte das vagas seria preenchida por alunos que passariam por um college, semipresencial de dois anos.
A proposta que começa a ser debatida nas unidades estipula metas graduais já a partir do próximo vestibular. E, para começar a valer em 2014, os conselhos universitários, instâncias máximas das instituições, precisam deliberar ainda no primeiro semestre.
A reitoria da USP encaminhou um material para fundamentar o debate nas unidades em 28 de janeiro. As unidades têm até 28 de março para entregar uma resposta.
Sem citar a palavra cota, o material apresenta dados sobre acesso de alunos de escola pública ao ensino superior, mostrando como os mais pobres são minoria nas universidades. Mas não traz nada sobre a realidade na própria universidade, como a presença desses alunos em cursos como o de Medicina.
Em um dos tópicos, indica que "a renda familiar é fator mais determinante do que a cor para o acesso ao ensino superior". Apesar disso, o critério de renda não é contemplado no projeto - como ocorre na lei federal.
Caminho
Na Escola Politécnica da USP, o material será analisado pelos 15 departamentos antes da discussão na congregação, marcada para março. "Não é todo mundo que se engaja. Só quem está antenado com o impacto político na escola", diz o diretor da Politécnica, José Roberto Cardoso.
Havia preocupação em algumas unidades de que o projeto seja imposto. No Instituto de Química, por exemplo, os professores chegaram a encaminhar moção pedindo ao reitor que enviasse o projeto para discussão.
Na Faculdade de Medicina, o assunto só era conhecido pelo que saiu na imprensa. "Protocolei requisição para que o projeto seja debatido na próxima congregação, em março", disse o professor Paulo Saldiva.
No câmpus de Ribeirão Preto, haverá debate entre alunos e o tema entra na pauta da congregação já no dia 27. "Toda a comunidade acadêmica deve se envolver", afirma o diretor da Faculdade de Economia de Ribeirão, Sigismundo Bialoskorski Neto.
O debate nas unidades ocorrerá na Unicamp até abril. Em seguida segue para o conselho universitário. Na Unesp, o projeto já está nas faculdades e deve ser analisado na primeira reunião do conselho, no dia 28.
São Paulo - As universidades estaduais de São Paulo - USP, Unicamp e Unesp - já encaminharam para as unidades de ensino o projeto de cotas desenhado entre reitores e o governo estadual. Mesmo sem um calendário claro de participação, a ideia é abrir o debate com os professores antes de o projeto chegar aos conselhos universitários, que baterão o martelo.
Batizado de Programa de Inclusão com Mérito no Ensino Público Paulista (Pimesp), o projeto propõe alcançar, em três anos, 50% das matrículas em cada curso de alunos da escola pública, sendo 35% pretos, pardos e indígenas. Parte das vagas seria preenchida por alunos que passariam por um college, semipresencial de dois anos.
A proposta que começa a ser debatida nas unidades estipula metas graduais já a partir do próximo vestibular. E, para começar a valer em 2014, os conselhos universitários, instâncias máximas das instituições, precisam deliberar ainda no primeiro semestre.
A reitoria da USP encaminhou um material para fundamentar o debate nas unidades em 28 de janeiro. As unidades têm até 28 de março para entregar uma resposta.
Sem citar a palavra cota, o material apresenta dados sobre acesso de alunos de escola pública ao ensino superior, mostrando como os mais pobres são minoria nas universidades. Mas não traz nada sobre a realidade na própria universidade, como a presença desses alunos em cursos como o de Medicina.
Em um dos tópicos, indica que "a renda familiar é fator mais determinante do que a cor para o acesso ao ensino superior". Apesar disso, o critério de renda não é contemplado no projeto - como ocorre na lei federal.
Caminho
Na Escola Politécnica da USP, o material será analisado pelos 15 departamentos antes da discussão na congregação, marcada para março. "Não é todo mundo que se engaja. Só quem está antenado com o impacto político na escola", diz o diretor da Politécnica, José Roberto Cardoso.
Havia preocupação em algumas unidades de que o projeto seja imposto. No Instituto de Química, por exemplo, os professores chegaram a encaminhar moção pedindo ao reitor que enviasse o projeto para discussão.
Na Faculdade de Medicina, o assunto só era conhecido pelo que saiu na imprensa. "Protocolei requisição para que o projeto seja debatido na próxima congregação, em março", disse o professor Paulo Saldiva.
No câmpus de Ribeirão Preto, haverá debate entre alunos e o tema entra na pauta da congregação já no dia 27. "Toda a comunidade acadêmica deve se envolver", afirma o diretor da Faculdade de Economia de Ribeirão, Sigismundo Bialoskorski Neto.
O debate nas unidades ocorrerá na Unicamp até abril. Em seguida segue para o conselho universitário. Na Unesp, o projeto já está nas faculdades e deve ser analisado na primeira reunião do conselho, no dia 28.