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Universidades planejam bolsas para a Amazônia

Um plano inicial prevê para os próximos dez anos investimentos de R$ 1,7 bilhão no total, com bolsas de R$ 3 mil mensais pagas durante os primeiros cinco anos

Proposta prevê ampliação no número de pesquisadores na região da Amazônia (Antonio Scorza/AFP)
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Da Redação

Publicado em 18 de setembro de 2012 às 09h55.

São Paulo - Um grupo de reitores de universidades do Norte do país pretende finalizar até novembro uma proposta de ampliação no número de pesquisadores na Amazônia. Por meio de bolsas acadêmicas, espera-se que em uma década 10 mil novos acadêmicos se fixem na região - atualmente, seriam cerca de 3 mil.

Um esboço da proposta foi apresentado ao Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT) no fim de agosto, em audiência no Senado. Um plano inicial prevê para os próximos dez anos investimentos de R$ 1,7 bilhão no total, com bolsas de R$ 3 mil mensais pagas durante os primeiros cinco anos de contrato com uma instituição acadêmica ou de pesquisa na região. O programa de desenvolvimento da capacidade de pesquisa e de formação em pós-graduação deve ser estendido a todas as universidades federais dos estados amazônicos.

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Segundo Carlos Maneschy, reitor da Universidade Federal do Pará (UFPA), a ideia é que o projeto esteja pronto até o próximo encontro do Fórum de Reitores das Universidades da Região Norte, em novembro, no Amapá. "Os senadores receberam com bons olhos, assim como o Ministério de Ciência e Tecnologia. Mas o projeto ainda precisa ser discutido", afirma. A assessoria do ministério confirma que houve uma aceitação inicial após a audiência realizada no Senado, mas afirma que ainda não há nenhuma ação concreta e que só vai avaliar a questão quando receber a proposta de maneira oficial.

Ennio Candotti, diretor do Museu da Amazônia e vice-presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), afirma que mesmo os 3 mil pesquisadores não apresentam graduação suficiente para uma pesquisa de qualidade. Desses 3 mil, diria que cerca de 2 mil são jovens que estão se iniciando na área de pesquisa", afirma Candotti. "Há muito poucos laboratórios de excelência na região."

Segundo ele, seriam apenas dez os pesquisadores da categoria 1 no nível 1A - classificação máxima concedida pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológicos (CNPq).


Insuficiente

Um dos principais argumentos usados pelos reitores é um estudo do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), de 2007, que mostrou que quase 70% dos trabalhos publicados nas principais revistas científicas do mundo eram produzidos por pesquisadores que não viviam nos estados amazônicos.

Para Adalberto Luis Val, diretor do Inpa, o fornecimento de bolsas não resolve o problema. "Não adianta usar instrumentos frágeis de fixação de recursos humanos como são as bolsas", diz Val. "Faltam concursos para a contratação definitiva, pois sem esse sistema a gente fica numa situação frágil. São poucas instituições na área e os recursos destinados pelo MCT são escassos." As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

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