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Uma tempestade perfeita avança sobre Wilson Witzel

Depoimento na PF, contagem regressiva para impeachment e coronavírus prometem dias conturbados para o governador do Rio de Janeiro

Governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel. (Fernando Frazão/Agência Brasil)
EY

Ernesto Yoshida

Publicado em 9 de julho de 2020 às 06h49.

O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel , deverá depor nesta quinta-feira (9) na Polícia Federal sobre as suspeitas de corrupção em sua administração, segundo informou ontem o colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo. Se confirmado, o depoimento ocorrerá quase 45 dias após a deflagração da Operação Placebo, que investiga o envolvimento de Witzel em um esquema de desvios de recursos destinados ao combate à pandemia do coronavírus no estado. A primeira-dama Helena Witzel, também investigada no caso, deveria ter sido ouvida pela Polícia Federal na semana passada, mas seu depoimento foi adiado em função da morte de uma avó.

A operação provocou um desgaste de Witzel, que viu a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) abrir um processo de impeachment contra ele, no dia 10 de junho. Ontem, começou a correr o prazo para o governador apresentar sua defesa na Alerj, em até 10 sessões ordinárias. Depois disso, uma comissão especial de 25 deputados terá mais cinco sessões para elaborar um parecer sobre a denúncia, que será levado à votação pelos 70 deputados. Caso a denúncia seja aprovada pela maioria do plenário, o governador será afastado e será formada uma comissão mista para decidir sobre a perda de mandato ou não. A previsão é que isso ocorra na primeira quinzena de agosto.

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Apesar dos dias conturbados, Witzel tem ignorado o assunto. Ontem, em sua conta no Twitter, o governador se limitou a elogiar o trabalho da Polícia Civil e da Polícia Militar no combate ao crime no estado.

Além da Operação Placebo e do processo de impeachment, Witzel vê a pandemia da covid-19 não dar sinais de trégua no estado, o que o levou a publicar, anteontem, um decreto prorrogando por mais duas semanas as restrições a várias atividades. As aulas presenciais das redes de ensino estadual, municipal e privada continuam suspensas. O funcionamento de cinemas, teatros e academias continua proibido. O governo manteve também a recomendação para que a população evite frequentar praias, lagoas, piscinas públicas e clubes.

Até ontem, segundo o levantamento feito por um consórcio de veículos de imprensa a partir de dados das secretarias estaduais de Saúde, o Rio de Janeiro tinha acumulado 10.970 óbitos por coronavírus, atrás apenas de São Paulo. Os dados dos últimos dias indicam que a flexibilização das medidas restritivas na cidade do Rio de Janeiro pode ter ajudado na propagação do vírus pela região metropolitana – o número de casos no interior do estado superou pela primeira vez o da capital.

Em meio a tantas notícias ruins, os cariocas recebem hoje um presente: a reabertura do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, que ficou quase quatro meses fechado por causa da pandemia. Fundado em 1808 por Dom João VI, o Jardim Botânico é um dos mais importantes do mundo. Com 137 hectares, abriga coleções raras de bromélias e orquídeas, além de árvores centenárias e plantas exóticas. Em um primeiro momento, só serão permitidas visitas agendadas, pelo site do Jardim Botânico. A entrada será feita exclusivamente pelo portão da Rua Jardim Botânico, 1008.

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