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Uma fardo chamado Cunha

Com sete balas no peito, o presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha, ganhou sobrevida e mantém a situação indefinida na Câmara. Ontem, o relator de seus recursos na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Ronaldo Fonseca, recomendou a anulação da votação no Conselho de Ética. Agora, deputados correrão contra o relógio para que o processo […]

EDUARDO CUNHA: parlamentares do PSDB, DEM e PSB concordaram com Rodrigo Maia em deixar a votação de cassação de Cunha para depois do término do impeachment / Marcelo Camargo / Agência Brasil (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

EDUARDO CUNHA: parlamentares do PSDB, DEM e PSB concordaram com Rodrigo Maia em deixar a votação de cassação de Cunha para depois do término do impeachment / Marcelo Camargo / Agência Brasil (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 7 de julho de 2016 às 06h21.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 18h58.

Com sete balas no peito, o presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha, ganhou sobrevida e mantém a situação indefinida na Câmara. Ontem, o relator de seus recursos na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Ronaldo Fonseca, recomendou a anulação da votação no Conselho de Ética. Agora, deputados correrão contra o relógio para que o processo de Cunha na CCJ seja finalizada antes do recesso, no dia 18 de julho. Na melhor das hipóteses, sua cassação só seria votada em agosto.

Com isso, Waldir Maranhão segue como interino, e o Congresso continua mergulhado em incerteza — uma péssima notícia para o governo Temer. “A Câmara fica com um presidente sem apoio e que constantemente muda de opinião e dificulta a vida do governo em planejar uma pauta de votações”, diz o consultor Juliano Griebeler, da Barral M Jorge.

Até a terça-feira, a Câmara havia ficado praticamente duas semanas paralisada em decisões erráticas de Maranhão. No futuro próximo, o cronograma do Congresso é apertado. No dia 5 de agosto começam os Jogos Olímpicos, que se encerram no dia 21. As campanhas municipais – e muitos deputados participam ativamente dos pleitos – começam no dia 16. As eleições acontecem em outubro. Tudo isso distrai os trabalhos.

Ex-aliados de Cunha o pressionam diariamente para entregar o cargo e negociar uma pena mais branda no plenário. As denúncias se acumulam. Nesta quinta-feira, o jornal O Globo revelou que Cunha recebia propina em esquema da Caixa. Ontem, a Petrobras afirmou que o deputado sangrou suas contas. Enquanto os deputados se concentram no presidente afastado, o país sofre. A cada dia, Cunha se torna um fardo mais pesado.

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