Um ano após 1° caso, Brasil passa de 10 milhões de infectados pela covid-19
O país é o terceiro com o maior número de pessoas com diagnóstico positivo para a doença, só atrás dos Estados Unidos e da Índia
Gilson Garrett Jr
Publicado em 18 de fevereiro de 2021 às 19h59.
O Brasil ultrapassou a marca de 10 milhões de casos de covid-19 nesta quinta-feira, 18. Segundo dados do Ministéro da Saúde, são 10.030.626 infectados. A marca quase coincide com a confirmação da primeira pessoa diagnosticada com o coronavírus no Brasil, registrada no dia 26 de fevereiro do ano passado.
O país é o terceiro com o maior número de pessoas com diagnóstico positivo para a doença, só atrás dos Estados Unidos, que tem 27 milhões, e da Índia, com quase 11 milhões de infectados. Em relação a mortes, o Brasil tem um total de 243.457 e só está atrás dos Estados Unidos (491.724), de acordo com dados da Universidade Johns Hopkins.
Apesar da vacinação ter começado há um mês, e passarmos de 5,4 milhões de pessoas imunizadas, a pandemia está em descontrole em muitos locais. O país está há quase um mês com a média diária de mortes por covid-19 acima de mil. O valor é o que foi registrado no pior momento da doença, no meio do ano passado.
Cronologia da pandemia de covid-19 no Brasil
- Primeiro caso no Brasil – 26 de fevereiro
- 500 mil casos – 31 de maio
- 1 milhão de casos – 19 de junho
- 2 milhões de casos – 16 de julho
- 3 milhões de casos – 9 de agosto
- 4 milhões de casos – 2 de setembro
- 5 milhões de casos - 7 de outubro
- 6 milhões de casos - 20 de novembro
- 7 milhões de casos - 16 de dezembro
- 8 milhões de casos - 8 de janeiro de 2021
- 9 milhões de casos - 27 de janeiro de 2021
Epidemia pode ter novo pico
Especialistas em saúde pública ainda alertam que é possível que o Brasil enfrente um novo pico da pandemia de coronavírus. Isso pode ocorrer em até duas semanas após o Carnaval - o período de 14 dias é o tempo de incubação do vírus.
O que chama atenção - e o mais preocupante agora segundo os especialistas - é que no meio do ano passado, quando atingimos o pico de casos e de mortes, boa parte da população estava em algum tipo de isolamento. Neste momento, praticamente toda a atividade econômica está funcionando, e muitos estados e municípios autorizaram o retorno das aulas presenciais.
Para tentar conter o avanço da doença, no Ceará, por exemplo, começou a valer em todo o estado um toque de recolher das 22h às 5 horas a partir desta quinta-feira. Em Manaus, a situação de atendimento da população ainda é crítica. No estado de São Paulo, a taxa de ocupação de leitos de UTI subiu levemente para 66%, depois de ter ficado abaixo dos 65%.
País precisa de mais vacina
Cobrado pelos 27 governadores, o ministro da Saúde, o general Eduardo Pazuello, disse que vai assinar o contrato para a compra das vacinas russa Sputnik V e da indiana Covaxin ainda nesta semana. As primeiras doses devem chegar a partir de março ( veja o cronograma ). No encontro virtual, realizado na quarta-feira, 17, o ministro voltou a prometer que vai imunizar todos os brasileiros ainda em 2021.
Pazuello detalhou que o total de imunizantes que o governo vai receber entre fevereiro e julho é de pouco mais de 230 milhões de doses. De acordo com o ministro, no pacote estão vacinas do Butantan/Sinovac (77 milhões), AstraZeneca/Fiocruz (112 milhões), Covax Facility (10,6 milhões), Instituto Gamaleya (10 milhões), e Bharat Biotech (20 milhões).
A grande demanda dos governadores é a falta de doses para vacinar o primeiro grupo do Plano Nacional de Imunização contra a covid-19, composto por profissionais de saúde e idosos. Mas ainda não há imunizantes suficientes, fazendo com que muitas cidades, entre elas Rio de Janeiro, Salvador e Cuiabá, parassem a aplicação.