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Último debate entre Tarcísio e Haddad tem nacionalização de temas

Os dois postulantes ao Palácio dos Bandeirantes duelaram à sobra de Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT)

Haddad e Tarcísio. (G1/ Fábio Tito/Divulgação)

Haddad e Tarcísio. (G1/ Fábio Tito/Divulgação)

GG

Gilson Garrett Jr

Publicado em 28 de outubro de 2022 às 00h04.

Assuntos, perguntas e respostas de questões nacionais. Essa foi a marca do último debate para o governo de São Paulo entre Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Fernando Haddad (PT), realizado na noite desta quinta-feira, 27. Organizado pela TV Globo, o confronto começou às 22 horas e foi mediado pelo jornalista César Tralli. Os dois postulantes ao Palácio dos Bandeirantes duelaram à sobra de Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O primeiro dos quatro blocos já deu o tom de como seria o debate até o fim. Os dois trocaram farpas em relação ao combate da pandemia de covid-19, e também sobre o Auxílio Brasil. O assunto que causou o primeiro aumento da temperatura foi a crise de oxigênio ocorrida em Manaus, no pior momento da crise sanitária causada pelo coronavírus.

Haddad criticou a gestão do presidente Bolsonaro, e tentou associar a Tarcísio a demora do envio de oxigênio à capital do Amazonas. O ex-ministro da Infraestrutura se defendeu dizendo que o envio foi terrestre por questões logísticas.

Ainda no tema da covid-19, a vacinação também foi abordada pelos candidatos. Com posições diferentes, o petista defendeu a obrigatoriedade da aplicação em crianças. Já Tarcísio disse que deveria ser uma escolha. "Eu vacinei meus filhos, você vacinou, mas não precisa obrigar. Os pais sabem o que é saúde", afirmou.

O salário mínimo, que é de competência nacional, também foi abordado pelos candidatos. Haddad criticou a falta de aumento real nos últimos anos. "[O salário mínimo] tem que acompanhar a inflação. É mentira que Bolsonaro deu aumento real", disse. Tarcísio defendeu a gestão do presidente Bolsonaro e garantiu a manutenção de programas sociais. "Vamos manter o auxílio no próximo ano e salário mínimo terá aumento", disse.

Outro assunto nacionalizado foi a composição da equipe econômica de um eventual governo do ex-presidente Lula. O candidato Tarcísio questionou a falta da divulgação de quem será o ministro da Economia, caso o petista vença a eleição. Haddad respondeu que "não se anuncia ministro antes de vencer a eleição".

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Nas questões locais, o candidato do Republicanos perguntou a Haddad sobre a proposta dele para as pessoas em situação de rua na cidade de São Paulo. "Desenhamos uma política de atendimento para essa a população. A solução não será única. [Algumas] famílias vão ter auxílio aluguel, outras renda básica. Homens sem dependência, uma frente de trabalho. Gente com dependência química, aí vamos pedir para um médico fazer um laudo e internação", disse o petista.

Haddad, na sua vez, questionou Tarcísio sobre privatizações, em específico da Sabesp. "Quando falo em privatização da Sabesp, falo em melhor serviço. Se olhar o que aconteceu com a tarifa média das companhias privadas, é possível ver que ficou levemente menor do que a das públicas. Vamos modelar a privatização só se for melhor para o cidadão", afirmou.

Nas considerações finais, Tarcísio destacou as diferenças entre ele o petista. "Tenho uma linha muito diferente, a linha do verde e amarelo, a linha da esperança, do estado gigante. Passei por um governo que enfrentou por várias crises e soube entregar um país melhor. Vamos fazer São Paulo voltar a ser a locomotiva do Brasil. Vote em Bolsonaro. O alinhamento dos dois governos é fundamental", disse.

Já Haddad falou que é a eleição brasileira tem a atenção de todo o mundo. "Deixei um legado por onde passei para São Paulo. Compare o que eu fiz por São Paulo e o que o meu adversário fez. São Paulo é muito importante para o Brasil. Quando houver harmonia entre governo federal e estadual vamos acelerar o ritmo da mudança", afirmou.

Como estão as pesquisas para governo de SP

Na disputa pelo governo de São Paulo, Tarcísio tem 52% dos votos válidos, e Haddad, 48%, segundo pesquisa Ipec, encomendada pela Globo e divulgada na última terça-feira, 25. Para os votos válidos, são desconsiderados brancos, nulos e as pessoas que dizem que não sabem. É desta forma que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) faz a contagem oficial da eleição.

Como a margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos, o cenário é considerado empate técnico. Em uma pergunta estimulada, com os nomes apresentados em formato de lista aos entrevistados, Tarcísio aparece com 46%, e Haddad tem 43%. As pessoas que não sabem são 4%, brancos e nulos somam 7%.

Foram ouvidas 2.000 pessoas entre os dias 23 e 25 de outubro. A taxa de confiança é de 95%. A sondagem foi registrada no TSE com o número SP-06977/2022.

Quando é o debate para presidente

A TV Globo realiza nesta sexta-feira, dia 28 de outubro, às 21h30, o último debate entre os candidatos à Presidência da República que disputam o segundo turno das eleições: Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O debate terá cinco blocos: o primeiro e o terceiro serão de temas livres, com duração de 30 minutos. Cada candidato terá 15 minutos e deverá administrar seu tempo entre perguntas, respostas, réplicas e tréplicas. Jair Bolsonaro abre o primeiro bloco e Luiz Inácio Lula da Silva, o terceiro bloco.

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Quando será o 2º turno das Eleições 2022?

Para os cargos de presidente e de governador, quando nenhum dos candidatos atinge 50% mais um dos votos válidos, a eleição vai para o segundo turno. Em 2022, a segunda etapa de votação é no dia 30 de outubro. Diferentemente de outros anos, para esta eleição, o fuso horário para a votação é um só em todo o país, o de Brasília, das 8h às 17h.

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