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Tuítes revelam dimensão do choque após morte de Marielle

7% dos tuítes sobre o assunto usaram episódio para criticar a esquerda; mas, em geral, clima era de indignação e luto

Pessoas marcham em ato pela memória de Marielle Franco em São Paulo  (Leonardo Benassatto/Reuters)

Pessoas marcham em ato pela memória de Marielle Franco em São Paulo (Leonardo Benassatto/Reuters)

Talita Abrantes

Talita Abrantes

Publicado em 16 de março de 2018 às 17h28.

Última atualização em 16 de março de 2018 às 18h02.

São Paulo – Uma análise dos tuítes publicados depois do assassinato da vereadora Rio de Janeiro (RJ) Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes, traz uma dimensão do impacto do caso para a opinião pública. Só no Twitter, o assunto foi mencionado em mais de meio milhão de postagens em apenas 19 horas.

É o que mostra levantamento da Diretoria de Análise de Políticas Públicas da FGV realizado na rede social entre às 22h do dia 14 de março, poucos minutos após o crime, até às 17h desta quinta-feira (15). Só a título de comparação, em cinco dias, a intervenção federal no Rio de Janeiro rendeu 626,5 mil tuítes.

O nome de Marielle Franco aparece em 60% das postagens. Os termos “execução” e “executada” representam 9% do debate. A hashtag #mariellepresente aparece em 44,7 mil tuítes, seguida da  hashtag #nãofoiassalto (17 mil posts).

Segundo o estudo, 88% das publicações expressam luto pela morte da vereadora. Entre esse grupo de usuários, as postagens mais populares endossam a visão de que Marielle teria sido “executada propositalmente, e que não se tratou de um crime comum. A hipótese mais levantada é que a polícia estaria de alguma forma envolvida com o homicídio”.

Em oposição, 7% das postagens usaram o episódio para criticar a esquerda, o PSOL e ativistas de direitos humanos.

“Os tuítes principais se questionam quanto ao posicionamento da esquerda e especificamente do PSOL sobre a punição de bandidos. Na visão de tais atores, a esquerda defende bandido e é contra a punição dos mesmos”, diz a pesquisa.

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSC-SP), único do clã Bolsonaro a se pronunciar sobre o caso, faz parte desse grupo. Poucas horas depois do crime, ele acusou o PSOL de hipocrisia.

"Se você morrer seus assassinos serão tratados por suspeitos, salvo se você for do PSOL, aí você coloca a culpa em quem você quiser, inclusive na PM. Eis o verdadeiro preconceito, a hipocrisia. 'Para os meus amigos tudo, aos demais a lei'", escreveu.

De qualquer forma, para além da repercussão nas redes sociais, mais de 20 atos levaram milhares de pessoas às ruas pela memória de Marielle Franco na noite de ontem (15).

 

 

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