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CPTM deve esclarecer contratos de R$ 1 bi para manutenção

Segundo Tribunal, critério adotado pela CPTM em contratos de manutenção de 196 trens não permitiu que o menor preço fosse contratado

CPTM: em um dos contratos de manutenção, empresa estadual escolheu uma proposta R$ 3,5 milhões mais cara (Edson Lopes Jr/ A2 FOTOGRAFIA)
DR

Da Redação

Publicado em 8 de julho de 2016 às 08h30.

O Tribunal de Contas do Estado (TCE) deu prazo de 30 dias para que a CPTM esclareça uma série de suspeitas de irregularidades envolvendo seis contratos assinados em 2013 para a manutenção de 196 trens da companhia em São Paulo .

As contratações somam R$ 907 milhões em valores da época, ou R$ 1,1 bilhão em números corrigidos pela inflação. O despacho foi publicado nesta quinta-feira, 7, no Diário Oficial pelo conselheiro Antonio Roque Citadni.

Dois contratos foram assinados com a empresa CAF Brasil Indústria e Comércio S/A e outros quatro com o Consórcio TMT, formado pelas empresas Temoinsa do Brasil Ltda., Trail Infraestrutura Ltda. e Trans Sistemas de Transportes S.A.

Executivos da CAF e da Temoinsa já são réus na Justiça em ação movida pelo Ministério Público Estadual (MPE) formação de cartel e fraude a licitações para a compra e reforma de trens do Metrô de São Paulo entre 2002 e 2009, durante os governos do PSDB .

Entre as suspeitas levantadas pelo setor de fiscalização do TCE e questionadas por Citadini em seu despacho está a escolha da CPTM pelo tipo de licitação de técnica e preço, no qual, além do valor oferecido pelas empresas, a estatal utiliza como critério de eliminação a capacidade técnica da contratada.

Segundo o conselheiro, esse modelo "é compatível para serviços de natureza predominantemente intelectual" e "impediu a Administração de contratar o menor preço". Em um dos contratos, a companhia escolheu uma proposta R$ 3,5 milhões mais cara.

Citadini afirma ainda que "os critérios adotados para a pontuação técnica apresentam disparidade que influenciam na escolha da Administração, porque as notas técnicas não apresentam pontuação uniforme" e que "a nota de avaliação da metodologia de execução é subjetiva, em contrariedade com a lei".

Ele destaca também que "as condições de pagamento dos serviços de manutenção apresentam parâmetros que podem distorcer os valores apresentados nas propostas".

O conselheiro questiona a CPTM o fato de o Consórcio TMT ter apresentado "documentação com data incompatível com a data de apresentação das propostas" e "autenticação de documentos em data posterior àquela fixada", o que pode indicar "possível violação dos envelopes com as propostas".

E cobra explicações sobre informações fornecidas por outras empresas de que o consórcio "está executando todos os seus quatro contratos com a mesma equipe", descumprindo itens do edital.

A CPTM informou quer vai prestar os esclarecimentos solicitados. A defesa da CAF alegou não ter tempo hábil na quinta-feira, 7, para responder os questionamentos. Já a do TMT não foi localizada.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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O Tribunal de Contas do Estado (TCE) deu prazo de 30 dias para que a CPTM esclareça uma série de suspeitas de irregularidades envolvendo seis contratos assinados em 2013 para a manutenção de 196 trens da companhia em São Paulo .

As contratações somam R$ 907 milhões em valores da época, ou R$ 1,1 bilhão em números corrigidos pela inflação. O despacho foi publicado nesta quinta-feira, 7, no Diário Oficial pelo conselheiro Antonio Roque Citadni.

Dois contratos foram assinados com a empresa CAF Brasil Indústria e Comércio S/A e outros quatro com o Consórcio TMT, formado pelas empresas Temoinsa do Brasil Ltda., Trail Infraestrutura Ltda. e Trans Sistemas de Transportes S.A.

Executivos da CAF e da Temoinsa já são réus na Justiça em ação movida pelo Ministério Público Estadual (MPE) formação de cartel e fraude a licitações para a compra e reforma de trens do Metrô de São Paulo entre 2002 e 2009, durante os governos do PSDB .

Entre as suspeitas levantadas pelo setor de fiscalização do TCE e questionadas por Citadini em seu despacho está a escolha da CPTM pelo tipo de licitação de técnica e preço, no qual, além do valor oferecido pelas empresas, a estatal utiliza como critério de eliminação a capacidade técnica da contratada.

Segundo o conselheiro, esse modelo "é compatível para serviços de natureza predominantemente intelectual" e "impediu a Administração de contratar o menor preço". Em um dos contratos, a companhia escolheu uma proposta R$ 3,5 milhões mais cara.

Citadini afirma ainda que "os critérios adotados para a pontuação técnica apresentam disparidade que influenciam na escolha da Administração, porque as notas técnicas não apresentam pontuação uniforme" e que "a nota de avaliação da metodologia de execução é subjetiva, em contrariedade com a lei".

Ele destaca também que "as condições de pagamento dos serviços de manutenção apresentam parâmetros que podem distorcer os valores apresentados nas propostas".

O conselheiro questiona a CPTM o fato de o Consórcio TMT ter apresentado "documentação com data incompatível com a data de apresentação das propostas" e "autenticação de documentos em data posterior àquela fixada", o que pode indicar "possível violação dos envelopes com as propostas".

E cobra explicações sobre informações fornecidas por outras empresas de que o consórcio "está executando todos os seus quatro contratos com a mesma equipe", descumprindo itens do edital.

A CPTM informou quer vai prestar os esclarecimentos solicitados. A defesa da CAF alegou não ter tempo hábil na quinta-feira, 7, para responder os questionamentos. Já a do TMT não foi localizada.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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