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Três PMs envolvidos no caso Amarildo se entregam

Sargentos Lourival Moreira da Silva e Reinaldo Gonçalves dos Santos e o soldado Wagner Soares do Nascimento se apresentaram no Quartel General da PM

Cezar Augusto Tanner, corregedor da Polícia Militar, durante entrevista coletiva após denúncias do Ministério Público Estadual (Tânia Rego/ABr)

Cezar Augusto Tanner, corregedor da Polícia Militar, durante entrevista coletiva após denúncias do Ministério Público Estadual (Tânia Rego/ABr)

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Da Redação

Publicado em 23 de outubro de 2013 às 21h04.

Rio - Os três policiais militares do Rio que tiveram a prisão preventiva decretada nesta terça-feira, 22, sob acusação de envolvimento no sumiço do pedreiro Amarildo de Souza se entregaram nesta quarta-feira, 23, à tarde. Os sargentos Lourival Moreira da Silva, de 40 anos, e Reinaldo Gonçalves dos Santos e o soldado Wagner Soares do Nascimento, de 31 anos, se apresentaram no Quartel General da PM, no centro do Rio.

Eles foram encaminhados para exames no Instituto Médico Legal, por volta das 19 horas, e depois seriam encaminhados à Unidade Prisional da Polícia Militar, em Benfica, na zona norte, onde ficarão detidos. Outros dez PMs acusados pelo crime estão presos desde 4 de outubro. Todos atuavam na Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha, na zona sul do Rio, e são acusados de torturar até a morte o pedreiro, de 43 anos, na noite de 14 de junho. O corpo de Amarildo não foi localizado.

Dos 13 presos, só os dois oficiais que tinham cargos de chefia na UPP - o major Edson Santos e o tenente Luiz Felipe de Medeiros - não estão no presídio exclusivo de PMs. Eles foram transferidos no dia 18 para a penitenciária de Bangu 8, na zona oeste, a pedido do Ministério Público, porque, segundo a instituição, estavam se impondo sobre os ex-subordinados para evitar depoimentos que os incriminassem. Nesta quarta-feira, a 8ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça negou habeas corpus pedido pelo major e pelo tenente e manteve os policiais presos.

Ao todo, 29 PMs foram investigados. Desses, quatro foram considerados inocentes e 25 são acusados pela tortura seguida de morte de Amarildo. Treze estão presos e os outros 12 policiais não tiveram a prisão pedida pelo Ministério Público porque, na avaliação do órgão, tiveram participação menos decisiva no crime e a liberdade deles não interfere no trâmite do processo.

Além do crime de tortura, pelo qual todos são acusados, 17 policiais foram denunciados por ocultação de cadáver, 4 por fraude processual e 13 por formação de quadrilha.

Além de decretar a prisão dos três policiais, anteontem, a juíza Daniella Alvarez Prado, da 35ª Vara Criminal do Rio, também aceitou a denúncia contra os 25 Pms.

"Os delitos imputados (...) afrontam toda a sociedade, na medida em que as UPPs (...) foram criadas com o fito de apaziguarem as comunidades dominadas pelas facções criminosas e coibirem o tráfico ilícito de entorpecentes. Os acusados (...) supostamente tornaram-se tão criminosos quanto os criminosos que perseguiam", escreveu a juíza em sua decisão.

Amarildo morava na Rocinha e foi conduzido por PMs à UPP para "averiguação", em 14 de julho. Ele desapareceu, e a Polícia Civil acusou dez policiais de tê-lo torturado até a morte. Após dar continuidade à investigação e ouvir o depoimento de cinco PMs que trabalhavam na UPP e testemunharam o crime, anteontem o Ministério Público acusou mais 15 policiais de envolvimento no crime.

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