Greve de 2017 no Rio: relatório concluiu que o peso e a visibilidade da paralisação desta sexta são menores se comparados às dos dias 15 e 30 de maio (Sergio Moraes/Reuters)
Da Redação
Publicado em 14 de junho de 2019 às 06h00.
Última atualização em 14 de junho de 2019 às 06h01.
São Paulo — A greve geral convocada para esta sexta-feira (14) tem a promessa de adesão de bancários de São Paulo e do Rio de Janeiro, metroviários e rodoviários de São Paulo, aeroviários e portuários, docentes de universidades públicas e alguns colégios particulares.
Apesar de a convocação ser nacional, os estados mais mobilizados são São Paulo, Bahia, Distrito Federal, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro, segundo levantamento feito pela FSB Inteligência.
O relatório da assessoria concluiu também que o peso e a visibilidade da greve desta sexta são menores se comparados às mobilizações contra os cortes promovidos na educação pelo governo, que aconteceu nos dias 15 e 30 de maio.
Um dos indícios dessa adesão menor, segundo o levantamento, é a pulverização de eventos e páginas apoiadoras do movimento no Facebook de diferentes regiões do país.
A paralisação foi mantida pelas categorias, de acordo com líderes de centrais sindicais, mesmo após a Justiça ter concedido uma liminar que obriga o funcionamento do Metrô, dos trens da CPTM e a circulação de ônibus em São Paulo. O rodízio de carros na capital paulista havia sido suspendo, mas a prefeitura voltou atrás e manteve.
A Justiça determinou que o Metrô mantenha 80% do quadro de funcionários nos horários de pico (6h às 9h e das 16h às 19h) e 60% no restante do dia e, na CPTM, 100% do quadro de servidores em todo o horário de operação.
No caso dos ônibus, a Justiça determinou que o serviço seja garantido principalmente nos horários de pico (5h às 9h e 17h às 20h).
A pauta principal da greve geral, segundo centrais sindicais, é manifestar repúdio à proposta do governo para a reforma da Previdência, mas também estão entre as reivindicações maior geração de empregos formais, retomada do crescimento da economia e protestar contra o contingenciamento na Educação.
O Sinpro (Sindicato dos Professores de São Paulo) anunciou nesta quarta-feira (12) que ao menos 32 escolas particulares de São Paulo vão aderir à greve geral.
Professores de escolas tradicionais da cidade, como Santa Cruz, Notre Dame, Lycée Pasteur, Vera Cruz e Escola da Vida vão paralisar as atividades.
Até o momento, também decidiram parar os colégios Alecrim, Arco, Aretê, Arraial das Cores, Bakhita, Casa de Aprendizagens, Criarte, Equipe, Espaço Brincar, Fazendo Arte, Garcia Yago, Giordano Bruno, Gracinha, Hugo Sarmento, Invenções, Ítaca, Maria Boscovitch, Micael Waldorf, Ofélia Fonseca, Oswald de Andrade, Politeia, Pré-escola Quintal do João Menino, Santi, São Domingos, Viva e Waldorf São Francisco. O Sinpro havia informado que os professores do Arquidiocesano tinham aderido à grave, mas o colégio nega que a unidade será fechada nesta sexta.
Em alguns deles, as atividades só serão suspensas em um período ou para alguma etapa de ensino. O Colégio Santa Cruz, no Alto de Pinheiros, zona oeste da capital, diz que os professores decidiram participar da greve, aderindo de forma parcial. Por isso, as aulas estão mantidas.
Já no colégio Equipe, em Higienópolis, no centro da capital, a direção enviou aos pais uma carta nesta terça-feira, 11, comunicando a adesão dos professores e funcionários e a suspensão das aulas nesta sexta. A reposição do dia letivo já foi marcada para o dia 29 de julho.
O relatório feito pela FSB mostra ainda que #SextaTemGreve virou um dos assuntos mais publicados do Twitter na quarta-feira (12). A hashtag foi impulsionada por parlamentares de oposição ao Planalto e por perfis da CUT e da UNE.
As hashtags #14J e #GreveGeral14J também apresentam os maiores volumes de alcance potencial de usuários no Twitter.
Grupos atrelam a paralisação às recentes denúncias contra o ministro, com as hashtags: #infuxwetrust e #VazaJato
Libertação do ex-presidente também é lembrada com #LibertemLula
Mídia Ninja e Jornalistas Livres despontam como os publicadores de maior engajamento e devem ser as principais fontes de cobertura das manifestações nas redes, segundo o levantamento.