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Trabalhadores portuários marcam duas paralisações contra MP

Os trabalhadores deverão cruzar os braços das 7h até as 13h na sexta-feira desta semana


	Informação é de Paulinho, presidente da Força Sindical
 (Antonio Cruz/ABr)

Informação é de Paulinho, presidente da Força Sindical (Antonio Cruz/ABr)

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Da Redação

Publicado em 19 de fevereiro de 2013 às 22h05.

Brasília - Trabalhadores portuários marcaram paralisações em portos de todo o Brasil na sexta-feira e na terça-feira da próxima semana para protestar contra mudanças no setor que o governo quer implementar por meio da Medida Provisória 595, disse nesta terça-feira o deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho, presidente da Força Sindical.

Na sexta-feira, os trabalhadores deverão cruzar os braços das 7h até as 13h. Na terça-feira que vem, o protesto deverá ocorrer das 13h às 19h, segundo Paulinho, que participou nesta terça-feira de uma reunião com dirigentes sindicais e representantes de trabalhadores portuários, em Brasília.

"Todos os portos do Brasil vão estar parados nestes momentos", declarou ele à Reuters.

Os sindicalistas argumentam que as mudanças propostas pelo governo, dentro da MP que visa aumentar a eficiência dos terminais brasileiros e realizar investimentos públicos e privados de 54,2 bilhões de reais no setor, vão fragilizar as relações de trabalho da categoria.

As paralisações generalizadas nos portos do país ocorrem no momento em que se inicia o escoamento da safra brasileira de grãos, prevista para ser recorde.

Além de trazer prejuízos ao país, greves nos portos brasileiros poderiam afetar os mercados globais de commodities agrícolas, por exemplo.

No caso da soja, espera-se que o Brasil assuma a posição de maior produtor e exportador mundial, sendo importante na recomposição dos estoques globais da oleaginosa.

Segundo Paulinho, haverá uma nova reunião na quarta-feira da próxima semana, dia 27, para avaliar os efeitos das paralisações nas negociações com o governo.

Caso as demandas não sejam atendidas, os trabalhadores poderão elaborar um novo calendário de paralisações e ainda não está descartada a possibilidade de uma greve geral por período prolongado.

Na avaliação do Sindicato dos Trabalhadores Portuários de São Paulo (Sindaport), um dos problemas da MP é que ela vai flexibilizar as exigências feitas a empresas que vierem a operar dentro das áreas de portos públicos.

O sindicato afirma que a MP derruba a exigência de contratação de trabalhadores avulsos (sem vínculos com as empresas) por meio do Órgão Gestor de Mão de Obra (Ogmo) --entidade que organiza a fila de trabalhadores escalados para o trabalho.

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