Todos de olho em Janot
A semana antes do Natal costuma ser aquela em que os políticos devolvem Brasília aos sabiás e quero-queros. Mas os próximos dias devem ser algum trabalho e muita tensão na capital. No Congresso, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, tenta votar até amanhã a renegociação das dívidas dos Estados. O governo deve anunciar ainda uma […]
Da Redação
Publicado em 19 de dezembro de 2016 às 06h01.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 18h38.
A semana antes do Natal costuma ser aquela em que os políticos devolvem Brasília aos sabiás e quero-queros. Mas os próximos dias devem ser algum trabalho e muita tensão na capital. No Congresso, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, tenta votar até amanhã a renegociação das dívidas dos Estados. O governo deve anunciar ainda uma novidade no ensino: um novo braço do Pronatec, voltado para cursos técnicos de alunos da rede pública, segundo a Folha de S. Paulo. Seria uma das primeiras medidas de reforma do ensino.
Mas as atenções estarão voltadas mesmo para o Ministério Público. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, deve entregar até terça-feira, provavelmente ainda hoje, as 77 delações premiadas dos executivos e ex-executivos da Odebrecht. O ato vem de encontro a um pedido de celeridade feito pelo presidente Michel Temer e em resposta a cobranças de ministros do Supremo Tribunal Federal. O esforço de Janot acontece para que os processos estejam na corte antes do recesso judiciário, que vai da terça, dia 20, até o dia 20 de janeiro. A partir daí, o relator da Lava-Jato no Supremo, Teori Zavascki, começará a ouvir os delatores e advogados para decidir se homologa ou não os depoimentos – em sinal verde, a procuradoria poderia seguir com as investigações.
A expectativa, evidentemente, é por saber quem são os políticos atingidos pelos mais de 800 depoimentos prestados. Novas revelações continuam a ser divulgadas. Nesta segunda-feira, o jornal O Estado de S. Paulo informa que em pelo menos um depoimento a Odebrecht admitiu repasse ilegal de 30 milhões de reais para a chapa Dilma-Temer na campanha de 2014. Os relatos, já documentados, foram feitas na semana passada. A informação pode ainda ser requisitada pelo Tribunal Superior Eleitoral, que apura abuso de poder político e econômico na campanha. Até agora, nenhuma das 37 pessoas que prestaram depoimento ao TSE relatou caixa 2 diretamente para a campanha em 2014. Mais um dia, portanto, e mais uma denúncia. O pacote completo vai passar o fim de ano no Supremo, à espera de Teori.