Rio Grande do Sul: o temporal teve ventos fortes e queda de granizo em Porto Alegre (Defesa Civil/Porto Alegre/Divulgação)
Repórter
Publicado em 17 de janeiro de 2024 às 15h31.
Última atualização em 17 de janeiro de 2024 às 16h57.
O temporal que atingiu a costa do Rio Grande do Sul nesta terça-feira, 16, deixou muitos moradores de Porto Alegre sem energia elétrica e água. A tendência é que um novo ciclone extratropical previsto para esta quarta-feira agrave a situação.
De acordo com boletins das concessionárias CEE Equatorial e Rio Grande Energia (RGE), pelo menos 729 mil clientes seguem sem abastecimento de energia na capital.
Já o Departamento de Água e Esgoto da cidade (Dmae Poa) informou que cinco das seis Estações de Tratamento de Água (ETAs) estão sem energia desde as 22h desta terça-feira. O comunicado afirma que apenas Belém Novo está operando normalmente. As outras cinco unidades — Moinhos de Vento, São João, Menino Deus, Ilhas e Tristeza — não estão funcionando. Elas são responsáveis pelo abastecimento de água para 73 bairros de Porto Alegre, onde vivem cerca de 1,2 milhão de pessoas.
Outras 11 estações de bombeamento estão sem energia, o que também afeta o escoamento da água acumulada pela chuva.
O prefeito Sebastião Melo se manifestou nesta quarta-feira, nas redes sociais, afirmando que a CEEE Equatorial, responsável pela distribuição de eletricidade em Porto Alegre, não atende as ligações da prefeitura para o reestabelecimento imediato da energia elétrica na cidade.
"Já que a direção da CEEE Equatorial não atende o telefone nas últimas horas, fazemos um apelo para que alguém da empresa compareça ao Ceic e nos auxilie na governança conjunta para retomar a normalidade. Não há abastecimento de água sem energia!", publicou Melo.
O diretor-geral do Dmae, Mauricio Loss, declarou que o diretor de assuntos institucionais da CEEE Equatorial, Julio Hofer, está reunido com equipes técnicas no Centro de Controle Operacional (CCO) do Dmae para buscar uma solução para a falta de energia e a retomada na produção e distribuição de água.
O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) informou que ontem Porto Alegre registrou 76 milímetros de precipitação.
Segundo a prefeitura da capital gaúcha, até 7h desta quarta-feira, já havia mais de 150 registros de árvores ou galhos caídos pela cidade. Diante da situação, o prefeito Sebastião Melo usou as redes sociais para pedir motosserras emprestadas à população.
"Fazemos um apelo à sociedade para o empréstimo ou doação de motosserras para ajudar a prefeitura na recuperação da cidade. São centenas de árvores de pequeno e grande porte que precisam ser retiradas e limpas".
E recomendou aos habitantes de Porto Alegre: "A nossa prioridade é retomar o fornecimento de energia e de água. Quem puder ficar em casa, fique, pois a cidade está praticamente parada. Estamos com todo o governo municipal nas ruas atendendo as ocorrências e ajudando a população neste momento difícil".
Nesta tarde, a distribuidora RGE, do Grupo CPFL, afirmou em um comunicado que 459 mil imóveis permanecem sem energia elétrica em sua área de concessão no estado. Os dados são do boletim mais recente da concessionária, que considera informações das 12h45.
A empresa atende 381 municípios gaúchos e 7,7 milhões de pessoas. De acordo com a RGE, na madrugada de terça para quarta-feira, 714 mil imóveis ficaram ser energia. Até o momento, 36% deles (255 mil) tiveram o serviço normalizado.
Ainda segundo a concessionária, as regiões mais afetadas são Central, Metropolitana, Vale do Taquari, Vale dos Sinos e Vale do Rio Pardo. A companhia afirmou que segue "totalmente mobilizada" e trabalha para restabelecer o fornecimento aos clientes ainda não atendidos "no menor prazo possível", sem estimar um horário.
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) informou que um novo ciclone está previsto para esta quarta-feira, 17, na Costa do Rio Grande do Sul.
Com granizo e ventos fortes, o temporal afetou ao menos 25 municípios, segundo levantamento da Defesa Civil, divulgado na manhã desta quarta-feira. Esse é o número de cidades que relataram danos decorrentes de "chuvas intensas, fortes ventos, granizo e descargas elétricas" ao órgão estadual.
Em Porto Alegre, de acordo com as medições do Aeroporto Salgado Filho e da estação do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) do bairro Jardim Botânico, foram registradas rajadas de 89 km/h.
Em Canoas, na base aérea, o vento chegou a 107 km/h. Segundo a instituição, 1h de chuva atingiu metade da média histórica de precipitação de janeiro inteiro na cidade, que é de 120,7 milímetros. Mais de 1,3 milhão de moradores ficaram sem energia elétrica no Rio Grande do Sul.
No município de Cachoerinha, uma pessoa morreu após a queda de uma marquise. Outras dez pessoas ficaram feridas, segundo o relatado até o momento.
De acordo com a RGE, concessionária de distribuição de energia elétrica que atua em 381 municípios, o fornecimento de luz foi impactado pelo grande volume de chuva, descargas atmosféricas e fortes ventos. Os danos na rede elétrica são provocados, principalmente, por galhos, árvores e objetos arremessados pelo vento.
"As equipes da RGE estão totalmente mobilizadas para restabelecer o fornecimento, com segurança, no menor prazo possível. As regiões mais afetadas são Central, Metropolitana, Vale do Taquari, Vale dos Sinos e Vale do Rio Pardo", informou a empresa.
A RGE alertou ainda que a população deve ficar longe de fios partidos ou galhos de árvores que estejam caídos sobre a rede elétrica. A orientação nesses casos é acionar imediatamente a RGE e o Corpo de Bombeiros e aguardar o atendimento.
A partir desta quinta-feira, 18, as chuvas se deslocam para São Paulo e Rio de Janeiro, também podendo causar estragos.
Por causa das chuvas e de seus prejuízos, diversos serviços da Prefeitura de Porto Alegre tiveram de suspender ou restringir o atendimento nesta quarta-feira, 17. Algumas unidades foram afetadas pela falta de energia elétrica ou alagamentos.
Confira a seguir os serviços e atendimentos interrompidos ou com restrições:
(Com Agência O Globo e Estadão Conteúdo)