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Temer volta a defender adoção do parlamentarismo

Presidente classificou seu governo como um "pré-exercício" do parlamentarismo e afirmou que, em sua gestão, o Executivo atua em parceria com o Legislativo

Michel Temer: "eu tenho muita simpatia pelo parlamentarismo, eu acho que o Brasil pode caminhar para isso" (Adriano Machado/Reuters)
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Reuters

Publicado em 8 de agosto de 2017 às 14h43.

São Paulo - O presidente Michel Temer voltou a defender nesta terça-feira a adoção de um sistema parlamentarista no Brasil, se possível já para a eleição de 2018, e citou os exemplos de Portugal e França, nos quais os presidentes também têm peso importante ao lado do Parlamento.

Temer classificou seu governo como um "pré-exercício" do parlamentarismo e afirmou que, em sua gestão, o Executivo atua em parceria com o Legislativo, ao contrário de outros momentos em que, de acordo com o presidente, o Congresso era visto como um "apêndice" do governo.

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"Você sabe que eu tenho muita simpatia pelo parlamentarismo, eu acho que o Brasil pode caminhar para isso. De alguma maneira, nós estamos fazendo um pré-exercício de parlamentarismo", disse Temer a jornalistas após abrir o congresso da Fenabrave, associação de concessionárias de veículos, em São Paulo.

"Não é improvável que esse exemplo que nós estamos dando possa, em breve tempo, converter-se em um sistema semipresidencialista ou semiparlamentarista, o rótulo pouco importa. Agora, há de ser um sistema parlamentarista do tipo português ou do tipo francês, em que também o presidente da República... tem uma presença muito significativa no espectro governativo."

Embora tenha admitido que o tempo até a eleição do ano que vem seja curto para a adoção do parlamentarismo, Temer afirmou que seria "ótimo" alterar o regime de governo já no próximo ano.

"Mas se não vier em 2018, o tempo é curto, quem sabe prepara-se para 2022", defendeu o presidente, que enfrenta um recorde de impopularidade em meio às crises políticas e econômicas e às acusações de que é alvo no âmbito da delação premiada de executivos da J&F, holding que controla a JBS.

Na semana passada, em entrevista à rádio Bandnews FM, o presidente já havia afirmado que "não seria despropositado" alterar o regime já para o pleito de 2018 no âmbito de uma reforma política que está sendo debatida no Congresso Nacional.

Na véspera, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse em entrevista à Rádio Bandeirantes que o sistema presidencialista se esgotou e que é necessário "algo novo". Ele ponderou, entretanto, que a mudança para o parlamentarismo exigiria um sistema eleitoral "completamente diferente" do atual.

Em seu discurso aos empresários, Temer defendeu a aprovação das reformas, especialmente a da Previdência, que ele classificou como "imperiosa" de ser aprovada agora, caso contrário, disse, será muito difícil enfrentar os próximos anos.

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