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Temer nega irregularidade no recebimento de R$ 1 mi em 2014

"Trata-se de um cheque nominal ao PMDB repassado à campanha do então vice-presidente", disse porta-voz do governo

Temer: segundo porta-voz, os critérios que justificam a contratação foram "economicidade e viabilidade na distribuição de material"
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 10 de novembro de 2016 às 20h51.

Brasília - O presidente Michel Temer disse, por meio do porta-voz Alexandre Parola, que não houve irregularidades no recebimento de cheque de R$ 1 milhão em seu nome durante a campanha para vice-presidência em 2014.

"Trata-se de um cheque nominal ao PMDB repassado à campanha do então vice-presidente, datado de 10 de junho de 2014. Reitera-se que não houve qualquer irregularidade na campanha do então vice presidente Michel Temer", disse.

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Após a fala do porta-voz, a assessoria do Planalto entregou aos jornalistas um papel sulfite com a cópia do documento.

O cheque da construtora Andrade Gutierrez diverge da versão do ex-presidente da empreiteira e delator Otávio Azevedo apresentada em seu depoimento na ação que pede a cassação da chapa Dilma-Temer no TSE em setembro deste ano.

Na ocasião, o delator afirmou que a empreiteira doou em março daquele ano R$ 1 milhão ao diretório nacional do PT e que esse valor teria sido pago como parte de um acerto de propina de 1% dos contratos da Andrade com o governo federal.

A quantia, na versão de Otávio, teria sido repassada do diretório petista para a campanha da chapa Dilma-Temer em 14 de julho.

O cheque e os registros da prestação de contas, contudo, mostram que o repasse feito em julho foi, na verdade, para o diretório nacional do PMDB, em nome de Michel Temer e que, posteriormente, fez o repasse para a campanha da chapa Dilma-Temer.

A defesa de Dilma Rousseff no processo acusou o delator de prestar falso depoimento à Justiça Eleitoral e pediu ao Ministério Público que apure o caso.

Sobre a razão para a contratação de uma gráfica cujo proprietário é cliente do escritório de advocacia do ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, por quase R$ 2 milhões na campanha, conforme revelou o portal UOL, o porta-voz disse que o ministro Padilha já informou que não houve irregularidade na contratação da empresa e que as contas foram apresentadas ao TSE.

Segundo Parola, os critérios que justificam a contratação foram "economicidade e viabilidade na distribuição de material".

Outros temas

O porta-voz também respondeu perguntas relativas a outros temas. De forma curta e direta, explicou por que o governo resolveu retirar a urgência do projeto de lei que faz um pente-fino nos auxílios doença. "A decisão foi motivada para contribuir para uma tramitação fluida", disse.

Ao responder quando o senador Romero Jucá deve ser oficializado líder do governo no Congresso, o porta-voz disse apenas que o presidente "Temer vem conversando com a senadora Rose de Freitas a respeito deste tema".

Parola confirmou ainda que ficou para a semana que vem, dia 16 de novembro, o jantar do presidente com os senadores no Alvorada, a exemplo do que fez com deputados para alinhar os parlamentares para a votação da PEC do teto dos gastos.

Por fim, ao ser indagado sobre a possibilidade de o governo federal intervir no Rio de Janeiro e se há algum tipo de socorro aos Estados para pagamento de décimo terceiro, o porta-voz de Temer respondeu apenas que "tem acompanhado de perto a situação do Estado do Rio de Janeiro e mantido contato regular com o governador Luiz Fernando Pezão."

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