O vice-presidente Michel Temer em visita à Jerusalém: o vice-presidente havia previsto permanecer na região até na sexta-feira, mas empreenderá o retorno nesta mesma noite para estar amanhã em Brasília. (REUTERS/Mohamad Torokman)
Da Redação
Publicado em 19 de junho de 2013 às 16h11.
Jerusalém/Ramala - O vice-presidente Michel Temer expressou nesta quarta-feira aos líderes de Israel, Shimon Peres, e da Palestina, Mahmoud Abbas, o apoio do Brasil aos esforços para conseguir a paz no Oriente Médio, horas antes de retornar de forma antecipada ao país por conta dos protestos da última semana.
Nas duas reuniões, Temer transmitiu a seus anfitriões a "mensagem de paz" do povo brasileiro e expôs o Brasil como exemplo de "harmonia" e de que a paz é possível.
"O Brasil se destaca por ter demonstrado que pessoas de distintas religiões e nacionalidades, de diferente cor, podem viver como um só povo", disse Peres ao começar a reunião, ressaltando que esta é em si mesma "uma grande mensagem para o mundo".
A reunião aconteceu no Centro de Convenções de Jerusalém, onde nestes dias acontece a 5ª Conferência Presidencial de Israel, da qual Temer participou ontem à noite por ocasião da cerimônia inaugural, mas da qual se ausentou hoje para voltar mais cedo ao país.
Fontes da delegação brasileira explicaram à Agência Efe que passou a manhã em contato com as autoridades em Brasília para estar ciente do que estava ocorrendo e que decidiu pôr fim de forma antecipada a sua visita.
O vice-presidente havia previsto permanecer na região até na sexta-feira, mas empreenderá o retorno nesta mesma noite para estar amanhã em Brasília "ao lado da presidente e enfrentar eventualidades e a necessidade de tomar medidas", disse Temer à Efe.
A reunião com Abbas, em princípio prevista para amanhã, foi adiantada para hoje e foram cancelados seu encontro com o primeiro-ministro palestino, Rami Hamdala, e suas visitas a um centro esportivo em Ramala que o Brasil ajuda a financiar e a uma escola em Belém da Agência das Nações Unidas para Refugiados Palestinos (UNRWA, na sigla em inglês).
Em sua reunião com o líder palestino, expressou o apoio do Brasil à criação de um Estado independente nas fronteiras de 1967 e assegurou em entrevista coletiva conjunta que "seguirá exercendo um papel na esfera diplomática até alcançar uma solução, de acordo com as recomendações da comunidade internacional".
Abbas agradeceu a assistência ao povo palestino em todos os níveis e, em particular, o trabalho do Brasil antes que se votasse na ONU o reconhecimento da Palestina como Estado em novembro do ano passado.
"Não só votaram a favor, também motivaram outros para que fizessem o esmo", afirmou.
Durante a reunião na Muqata de Ramala, que se seguiu a uma visita do vice-presidente ao túmulo de Yasser Arafat, Abbas lhe informou das tentativas dos Estados Unidos para reativar o processo de paz na região e insistiu que a cessação na construção de assentamentos e a libertação de presos palestinos são questões inadiáveis.
Para reforçar a mensagem de paz e harmonia, Temer chegou à região acompanhado do presidente do Hospital Israelita Alberto Einstein, Claudio Luiz Lottenberg; o presidente da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, Salim Tawfiq Schahin, e o representante da Assembleia de Deus, o pastor Everaldo Pereira.
O vice-presidente explicou que "os brasileiros judeus e árabes que vivem no Brasil vivem em perfeita harmonia", motivo pelo qual não há razão que impeça a paz nesta região.
De origem libanesa, Temer visitou o Oriente Médio em outras quatro ocasiões, dentro do que qualificou como "política de aproximação" do Brasil à região e ao mundo árabe.