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Temer: é "difícil" dizer que a Venezuela seja uma democracia

Presidente destacou atuação da oposição como um fator de diferenciação entre o Brasil e o vizinho sul-americano

Temer: "Nosso sistema (brasileiro) é democrático participativo, onde todas as instituições funcionam, inclusive a oposição" (Ueslei Marcelino/Reuters)

Temer: "Nosso sistema (brasileiro) é democrático participativo, onde todas as instituições funcionam, inclusive a oposição" (Ueslei Marcelino/Reuters)

AB

Agência Brasil

Publicado em 13 de abril de 2018 às 22h50.

Última atualização em 13 de abril de 2018 às 23h51.

O presidente Michel Temer criticou a forma como o governo venezuelano conduz o país e disse ser "difícil" afirmar que exista uma democracia na Venezuela. Em entrevista ao canal CNN em Espanhol, Temer foi perguntado sobre a situação política no país vizinho. O presidente frisou que a relação entre os dois povos é fraterna, mas ao comparar a democracia brasileira com a forma de governar praticada por Nicolás Maduro, foi crítico.

"Nosso sistema é democrático participativo, onde todas as instituições funcionam, inclusive a oposição. E aí temos uma observação, e até oposição, à forma como está sendo conduzida a Venezuela. Eu diria é difícil dizer que é uma democracia. Sem dúvida alguma", disse. "O número de refugiados venezuelanos no Brasil passam de 50 mil. Na Colômbia são 300 a 400 mil. A situação da Venezuela é bastante preocupante", completou.

Apesar disso, declarações incisivas não têm sido comuns na viagem de Temer a Lima, por ocasião da 8ª Cúpula das Américas. As respostas do presidente têm sido bastante prudentes. Ele desembarcou na capital peruana no início da tarde e deu duas entrevistas à imprensa. Em ambas, desviou-se de assuntos polêmicos, como a situação de amigos dele na justiça e a corrida presidencial.

"São meus amigos há muito tempo. Eu não dou meu palpite sobre a ação da Justiça, não é? Porque a coisa que eu mais prezo é a não invasão de competências", disse, quando perguntado sobre o pedido do Ministério Público - negado pela Justiça - de prisão de José Yunes e o coronel João Baptista Lima Filho, ambos ex-assessores seus.

Essa resposta foi dada após reunião com presidente da Câmara de Comércio dos Estados Unidos da América. Temer disse que seu governo vai avaliar a proposta dos Estados Unidos de fixar cotas para importação do aço. Sem dar pistas, apenas respondeu que conversará com a equipe do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio antes de se manifestar a respeito.

Questionado, o presidente também se manteve afastado da corrida presidencial. "Vamos deixar correr. Nós temos até junho, julho, não é? É, julho, para decidir isso. Vamos dar tempo ao tempo".

Trump e Bolsonaro

A outra entrevista foi para o canal de notícias espanhol. Perguntado sobre sua opinião a respeito do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, Temer pregou o respeito. "Ele pode ter controvérsias, mas temos que respeitar". O mesmo disse a respeito do deputado federal, Jair Bolsonaro, pré-candidato à presidência da República.

"Temos que respeitar o pensamento das pessoas. Certamente ele [Bolsonaro] representa uma parte do pensamento do país. Temos que combater esses pensamentos no período eleitoral", disse, acrescentando que seu estilo é somar as várias forças e não separá-las. "Nossa ideia é a pacificação", completou.

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