O presidente em exercício, general Hamilton Mourão, fala à imprensa (Valter Campanato/Agência Brasil)
Agência Brasil
Publicado em 28 de janeiro de 2019 às 14h59.
Última atualização em 28 de janeiro de 2019 às 15h05.
O presidente em exercício, Hamilton Mourão, defendeu hoje (28) punição para os responsáveis pelo rompimento da Barragem 1, da mineradora Vale, em Brumadinho, Minas Gerais, na sexta-feira (25). Segundo ele, a investigação tem identificar os culpados e prever punição. "Agora, tem que punir mesmo, punir mesmo", afirmou, na saída da Vice-Presidência.
"Punição tem que ser a que dói no bolso que já está sendo aplicada. Segundo, se houve imperícia, imprudência ou negligência por parte de alguém dentro da empresa, essa pessoa tem que responder criminalmente. Afinal de contas, quantas vidas foram perdidas nisso aí?", acrescentou.
Perguntado se não seria o caso de a diretoria da Vale, empresa responsável pela barragem, ser afastada durante a investigação, Mourão respondeu: "Essa questão da diretoria da Vale está sendo estudada pelo grupo de crise. Vamos aguardar as linhas de ação que eles estão levantando".
Ao ser questionado sobre a possibilidade de o gabinete de crise recomendar o afastamento da diretoria da empresa, Mourão afirmou que teria que estudar essa questão. "Eu não tenho a certeza que possa fazer essa recomendação", afirmou.
Mais cedo, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, disse, em São Paulo, que os responsáveis pela tragédia com o rompimento das barragens da Mina Córrego do Feijão em Brumadinho, nos arredores de Belo Horizonte (MG) devem responder criminalmente.
Amanhã (29), ela se reúne com o o presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, para conversar sobre as prioridades do Judiciário e do Ministério Público em relação à tragédia.
Para Raquel Dodge, a empresa e os envolvidos no acidente devem responder criminalmente.
"É preciso responsabilizar severamente do ponto de vista indenizatório a empresa que deu causa a esse desastre, e também promover a persecução penal, a punição penal é muito importante", destacou a procuradora, que participou da abertura de um seminário sobre trabalho escravo promovido pela Escola Superior do Ministério Público da União.