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Tebet diz que conversará com Haddad e evita comentar economia antes disso

Tebet disse que começará nesta segunda-feira a nomear secretários; o Planejamento será o carro-chefe da economia, ao lado da Fazenda de Haddad

Tebet: escolhida ministra do Planejamento após novela sobre sua nomeação (Simone Tebet/Flickr/Divulgação)
Drc

Da redação, com agências

Publicado em 2 de janeiro de 2023 às 17h06.

Última atualização em 2 de janeiro de 2023 às 17h33.

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB), disse que vai se reunir com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), na quarta ou na quinta-feira para alinhar as pautas econômicas entre as duas pastas.

"Terei uma conversa com ele na quarta ou na quinta para alinhar a pauta", disse Tebet nesta segunda-feira, 2, ao sair da cerimônia de transmissão de cargo de Haddad, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB).

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Tebet evitou fazer comentários sobre política econômica ao ser questionada, e a leitura é de que a senadora não falará sobre o tema enquanto não definir as pautas com a Fazenda.

Haddad oficialmente assumiu o cargo de ministro da Fazenda hoje; a pasta será, ao lado do Planejamento, carro-chefe das decisões econômicas, em meio ao desmembramento do antigo "superministério" da Economia, chefiado pelo agora ex-ministro Paulo Guedes no governo Bolsonaro.

Leia tudo sobre o Ministério da Fazenda

Outro resultado do desmembramento da Economia, o antigo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) foi recriado, e ficará a cargo do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB).

"Não é mais posto Ipiranga", diz Tebet

Tebet disse que começará nesta segunda-feira a convidar pessoas para as secretarias do ministério, e que não teve tempo de fazer isso porque foi convidada para a pasta no último dia 30.

Ela disse que convidará profissionais de perfil moderado. "Não é o meu ministério, é o ministério do presidente Lula", disse.

A ministra ressaltou a fala de Haddad de que a equipe econômica não é mais um Posto Ipiranga, epíteto atribuído a Paulo Guedes, mas, sim, uma rede de postos. "Vamos ter divergências, mas é nelas que vamos crescer", comentou.

Haddad: ministro da Fazenda assumiu cargo nesta segunda-feira, 2 (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Tebet ainda é oficialmente senadora pelo Mato Grosso do Sul, mandato que se encerra em fevereiro após o fim da atual legislatura.

A novela da indicação de Tebet

Antes de sua indicação para o Planejamento, havia dúvidas sobre qual cargo ela ocuparia no governo Lula. Tebet não quis o Ministério da Agricultura, setor do qual é próximo, e sabidamente pediu pastas de cunho social, sobretudo o Desenvolvimento Social (responsável pelo Bolsa Família). O ministério era caro ao PT, que tem parte de seu legado ligado ao programa de renda. A pasta terminou com o ex-governador do Piauí e senador eleito, Wellington Dias, do PT.

Depois disso, houve momento de incerteza dada a falta de opções para Tebet. Chegou-se a ventilar sua ida para o Meio Ambiente, mas o nome sofreu resistência entre avistas e, além disso, já havia forte tendência de que a ex-ministra Marina Silva (Rede) assumisse o cargo, o que acabou ocorrendo.

A senadora não era a opção de Haddad no Planejamento, que preferia um governador mais próximo ao PT ou o economista André Lara Resende, que chegou a participar da equipe econômica na transição, mas não integrará o governo por opção própria.

Ainda há dúvidas sobre como a dobradinha vai funcionar a partir de agora. Tebet e Haddad são vistos como tendo visões econômicas diferentes (ela de cunho mais liberal, ele, mais ligado à esquerda), mas ambos têm perfil ponderado. Os dois já acertaram que trabalharão juntos na implementação de uma política efetiva de avaliação de gastos ( spending review, no termo em inglês), além de uma regra fiscal substituta para o teto de gastos e que dê previsibilidade para as contas públicas.

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