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Sucessão da Vale já dá dor de cabeça para Temer

Bancada mineira do PMDB já pediu ao presidente para ter voz na indicação do novo presidente da mineradora

Presidente Michel Temer durante anúncio do calendário de saque das contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (Antonio Cruz/Agência Brasil)

Presidente Michel Temer durante anúncio do calendário de saque das contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (Antonio Cruz/Agência Brasil)

Marcelo Ribeiro

Marcelo Ribeiro

Publicado em 28 de fevereiro de 2017 às 06h00.

Última atualização em 28 de fevereiro de 2017 às 06h00.

Brasília - Mesmo antes do anúncio de que Murilo Ferreira sairia do comando da Vale em maio, fervilhavam especulações sobre quem assumiria a presidência da mineradora. Na semana passada, o executivo confirmou a saída. Em Brasília, a sucessão já começou a dar dor de cabeça ao presidente Michel Temer (PMDB).

Depois da escolha de Osmar Serraglio (PMDB-PR) para o Ministério da Justiça e Segurança Pública, o vice-presidente da Câmara dos Deputados Fábio Ramalho (PMDB-MG) anunciou que, a partir daquele momento, ele faria oposição ao governo Temer. De acordo com ele, com a nomeação de Serraglio, Temer não estava prestigiando a bancada do PMDB de Minas Gerais da Câmara. O deputado federal Rodrigo Pacheco (PMDB-MG) chegou a ser cotado para a pasta.

Para tentar conter o desconforto da bancada mineira do PMDB, Temer encontrou uma solução por sugestão de Baleia Rossi (SP), líder do PMDB na Câmara. Pacheco será indicado para a presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa. Ainda assim, os peemedebistas de Minas Gerais continuaram insatisfeitos.

Em conversas com Temer, deputados da bancada mineira do PMDB já pediram ao presidente que a bancada tenha voz na indicação do novo presidente da mineradora. Segundo auxiliares do Palácio do Planalto, Temer teria descartado ceder às pressões do grupo, mas deixou claro que ouvirá as sugestões.

Por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o governo tem, em aliança com outros acionistas, o controle acionário da Vale.

Interlocutores de Temer afirmaram a EXAME.com que o presidente está inclinado a apostar em um executivo que trabalha ou que já tenha trabalhado na mineradora.

“O presidente avalia que o time de diretores da Vale é muito qualificado. O nome do novo presidente da Vale pode sair dali”, disse uma fonte próxima de Temer. Neste caso, o mais cotado é Clóvis Torres, diretor de recursos humanos da companhia e visto como braço direito de Ferreira durante sua gestão.

Além do apoio do atual presidente da mineradora, o nome de Torres agrada a bancada de parlamentares de Minas Gerais.

Outras alternativas internas seriam o diretor financeiro da Vale, Luciano Siani, e o diretor de ferrosos da companhia, Peter Poppinga.

“Há ainda a possibilidade de chamar algum executivo que já tenha tido passagem elogiada pela Vale”, afirmou um interlocutor de Temer. Neste cenário, despontam como possíveis indicados o diretor-presidente da Votorantim Metais, Tito Martins, e José Carlos Martins.

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