Brasil

SP lança programa para criar 20 mil moradias no centro

Dos R$ 4,6 bilhões que serão investidos nos conjuntos habitacionais, R$ 2,6 bilhões virão da iniciativa privada

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 28 de fevereiro de 2013 às 22h43.

São Paulo – Um projeto feito em parceria entre o governo do estado de São Paulo, a prefeitura paulistana e a União, lançado hoje (28), pretende criar 20 mil moradias no centro expandido da cidade de São Paulo – região localizada entre as marginais dos rios Tietê e Pinheiros. As unidades serão viabilizadas com auxílio de parcerias público-privadas.

Os beneficiados deverão ser trabalhadores do centro da capital paulista, que não têm imóveis em seu nome. De um total de 20.221 unidades habitacionais, 12.508 serão destinadas à população com renda de até R$ 3.775 (cinco salários mínimos estaduais). As demais 7.713 unidades irão para trabalhadores com renda entre R$ 3.775 e R$ 10.848 e 2 mil unidades serão destinadas a entidades que trabalham pelo direito a moradia, habilitadas pela Secretaria de Estado da Habitação.

O investimento total nos conjuntos habitacionais será R$ 4,6 bilhões, sendo R$ 2,6 bilhões da iniciativa privada. A contrapartida do governo do estado, a fundo perdido, será R$ 1,6 bilhão, em parceria subsidiada pelo Programa Minha Casa, Minha Vida, da União. A prefeitura de São Paulo irá apoiar o projeto com R$ 404 milhões, uma média de R$ 20 mil por unidade habitacional.

“Estamos começando a corrigir esse grave desequilíbrio da cidade de São Paulo, que afastou o morador do seu posto de trabalho, causando tantos transtornos, sobretudo na questão da mobilidade urbana, que não se resolve só com transporte”, disse o prefeito Fernando Haddad.

O projeto prevê a construção de empreendimentos nos distritos da Sé e da Praça da República e nos bairros do entorno do Brás, da Bela Vista, do Belém, do Bom Retiro, do Cambuci, da Liberdade, da Mooca, do Pari e de Santa Cecília.  O maior número de unidades habitacionais – 7.076 – será concentrado nos bairros da Barra Funda, de Santa Cecília, do Pari e do Bom Retiro.

A área formada pela Praça da República e pela Bela Vista deve receber 2.857 novas unidades. Nos bairros do Cambuci e da Mooca, os projetos preveem a construção de 2.409 unidades. Bresser e Belenzinho devem receber 2.594 novas moradias e a região do Belém, 2.377.

“[Vamos] trazer de volta as pessoas para morarem na região central, onde está praticamente um quinto dos empregos de São Paulo, diminuindo o deslocamento e recuperando o centro da cidade”, disse o governador Geraldo Alckmin.


Após a apresentação e análise das propostas, o edital de licitação deve ser publicado em maio. A previsão é contratação das empresas em outubro de 2013. Os empreendimentos devem ser finalizados em prazos que variam de dois a seis anos.

A professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da Universidade de São Paulo (USP), Raquel Rolnik, Organização das Nações Unidas (ONU) para o Direito à Moradia Adequada, elogiou o projeto. “É um programa muito importante. Há muitos anos que a cidade de São Paulo precisa e merece um programa de produção de moradia em áreas centrais, minimizando a necessidade de deslocamento e também a necessidade da expansão horizontal ilimitada da cidade”, disse em entrevista à Agência Brasil.

No entanto, Raquel apontou “desafios” a serem enfrentados pelo programa, principalmente relacionados aos financiamentos hoje oferecidos, geralmente destinados a moradias novas. “Todo o normativo do Minha Casa, Minha Vida está completamente voltado para a produção de moradia nova e não dialoga com aquilo que vai ocorrer [no projeto]. Vai ser necessário rever o normativo da Caixa Econômica Federal do Programa Minha Casa, Minha Vida para permitir [sua utilização] . O normativo não está voltado para reciclagem e reforma [de prédios antigos]”, disse.

Acompanhe tudo sobre:cidades-brasileirasEstado de São PauloFernando HaddadHabitação no BrasilMetrópoles globaisPolítica no BrasilPolíticos brasileirosPrefeitossao-paulo

Mais de Brasil

Mais de 600 mil imóveis estão sem luz em SP após chuva intensa

Ao lado de Galípolo, Lula diz que não haverá interferência do governo no Banco Central

Prefeito de BH, Fuad Noman vai para a UTI após apresentar sangramento intestinal secundário

Veja os melhores horários para viajar no Natal em SP, segundo estimativas da Artesp