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Sindicato patronal pede ilegalidade da greve no Recife

Se movimento for considerado ilegal, governo de Pernambuco vai passar a intervir, segundo o secretário estadual de Cidades, Evandro Avelar

Motorista em Recife: ação, com pedido de liminar, deve ser apreciada ainda nesta sexta-feira (REUTERS/Brian Snyder)
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Da Redação

Publicado em 29 de agosto de 2014 às 16h19.

Recife - No mesmo dia em que os motoristas e cobradores de ônibus do Grande Recife paralisaram, nesta sexta-feira, 29, pela terceira vez em oito dias, das 4 às 8 horas da manhã, o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do estado de Pernambuco (Urbana-PE) pediu ao Tribunal Regional do Trabalho (TRT-PE) para decretar a ilegalidade das paralisações.

"Queremos impedir que a população, o comércio, a indústria sejam prejudicados por um movimento que não está acatando a decisão da Justiça", explicou o presidente da Urbana, Fernando Pimentel.

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A ação, com pedido de liminar, deve ser apreciada ainda nesta sexta-feira.

Se o movimento for considerado ilegal, o governo de Pernambuco, que se mantinha equidistante, apenas acompanhando as negociações entre patrões e empregados, vai passar a intervir para evitar "uma situação de desordem" em caso de novas paralisações, de acordo com o secretário estadual de Cidades, Evandro Avelar.

"A população não pode ficar submetida a essa situação, acordando todo dia sem saber se vai ter ônibus nas ruas", afirmou ele.

"No começo (da mobilização) os trabalhadores tinham justificativa, mas agora não se justifica mais descumprir a lei".

A paralisação desta sexta visou a pressionar o Tribunal Superior do Trabalho (TST) a conceder 75% de reajuste no vale alimentação da categoria, como definiu o Tribunal Regional do Trabalho (TRT-PE), em julgamento de dissídio coletivo, no dia 30 de julho.

O tribunal também havia determinado aumento salarial de 10%.

A classe patronal, que havia oferecido 6% de aumento linear - salários e benefícios -, recorreu ao TST que primeiramente suspendeu o reajuste determinado pelo TRT-PE, mas depois reconsiderou e manteve os 10%.

Os novos pisos salariais - R$ 1.765,50 para motoristas, R$ 1.141,69 para fiscais e R$ 812,13 para cobradores - serão pagos, no dia cinco de setembro, com efeito retroativo, de acordo com a Urbana-PE.

Indignação

Os trabalhadores estão indignados, de acordo com o secretário-geral do sindicato dos rodoviários, Josival Costa, com a manutenção, pelo TST, do aumento de 6% no vale alimentação - que passa de R$ 171,00 para R$ 180,00 - e fica valendo até o julgamento do dissídio coletivo no TST, ainda sem data definida.

Com o reajuste determinado anteriormente pelo TRT-PE, o valor subiria para R$ 300,00.

Sem temor quanto à ilegalidade das paralisações, Costa retruca que a categoria está apenas fazendo protestos.

"Não é greve (proibida depois de dissídio coletivo), é protesto", afirmou ele, ao informar que a categoria pretende aguardar o pagamento salarial de cinco de setembro sem novas mobilizações.

No dia seguinte ao pagamento, os trabalhadores decidirão, em assembleia, se irão fazer novas paralisações visando à conquista dos 75% do vale alimentação.

A paralisação desta manhã ocorreu sem incidentes, embora tenha novamente provocado transtornos para os dois milhões de usuários do transporte público do Grande Recife, que conta com três mil ônibus servindo a 394 linhas.

Os veículos voltaram a circular normalmente no final da manhã.

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