Pedro Simon: Dilma deve montar governo sem 'toma lá dá cá'
Para Pedro Simon (PMDB-RS), senador com 32 anos de experiência, Dilma deve buscar o entendimento no Congresso
Da Redação
Publicado em 9 de novembro de 2014 às 15h33.
Porto Alegre - Prestes a deixar a vida pública, Pedro Simon (PMDB-RS) usa a experiência de 32 anos como senador para dar um conselho à presidente reeleita Dilma Rousseff (PT) antes do início do seu novo mandato. Na avaliação do parlamentar, ela deveria fazer valer o discurso de diálogo que vem adotando desde que ganhou a eleição para garantir a governabilidade.
O peemedebista sugere que Dilma monte um governo "diferente", sem o sistema do "toma lá dá cá" que, segundo ele, impera na política brasileira. Ele acredita que buscar o entendimento no Congresso é o único caminho para cumprir a promessa de realizar a reforma política.
Simon, de 84 anos, já tinha anunciado sua aposentadoria quando a eleição sofreu uma reviravolta com a morte de Eduardo Campos (PSB).
Para ajudar o PMDB, foi convencido a tentar novamente uma cadeira no Senado, ficando em terceiro lugar com 16,08% dos votos válidos - a vitória no Rio Grande do Sul foi de Lasier Martins (PDT), com 37,42%. A vaga na chapa era originalmente destinada a Beto Albuquerque (PSB), que se tornou candidato a vice de Marina Silva na disputa presidencial. Agora, mesmo saindo de cena, o veterano observa o panorama e prevê dificuldades para Dilma se ela mantiver algumas posturas que adotou nos primeiros quatro anos de governo.
Segundo Simon, o primeiro desafio de Dilma será ter a "grandeza" de buscar o diálogo como vem prometendo fazer. "Se ela fizer isso, começa bem. Mas, se fizer ministério de composição, como ocorreu no primeiro mandato, quando Lula deixou para ela ministérios de quinta categoria, daí começa mal", afirmou o senador gaúcho em entrevista ao Broadcast Político, em sua casa na capital gaúcha.
Diante da disputa acirrada na eleição presidencial, na qual Dilma venceu Aécio Neves (PSDB) com a menor margem da história (teve 51,64% dos votos válidos), Simon vê um País "dividido", em que "a maioria do povo brasileiro" está descontente. "Hoje, com a votação dura que Dilma teve e vivendo o problema de vencer a crise na Petrobras e retomar a credibilidade, ela tem que fazer um ministério de alto gabarito", disse.
"O que se quer nessa altura é montar o governo dela, e montar a maioria dela. Mas fazer isso como? No troca-troca, no toma lá dá cá? Se ela vai lotear o governo como aconteceu antes, na minha opinião vai ser um 'Deus nos acuda'. O primeiro ministério dela foi um fracasso", avaliou. Para Simon, a presidente precisa de coragem para debater tanto com as forças políticas quanto com a sociedade. "Se ela quiser 'bater na mesa', a situação vai ser muito difícil."
Porto Alegre - Prestes a deixar a vida pública, Pedro Simon (PMDB-RS) usa a experiência de 32 anos como senador para dar um conselho à presidente reeleita Dilma Rousseff (PT) antes do início do seu novo mandato. Na avaliação do parlamentar, ela deveria fazer valer o discurso de diálogo que vem adotando desde que ganhou a eleição para garantir a governabilidade.
O peemedebista sugere que Dilma monte um governo "diferente", sem o sistema do "toma lá dá cá" que, segundo ele, impera na política brasileira. Ele acredita que buscar o entendimento no Congresso é o único caminho para cumprir a promessa de realizar a reforma política.
Simon, de 84 anos, já tinha anunciado sua aposentadoria quando a eleição sofreu uma reviravolta com a morte de Eduardo Campos (PSB).
Para ajudar o PMDB, foi convencido a tentar novamente uma cadeira no Senado, ficando em terceiro lugar com 16,08% dos votos válidos - a vitória no Rio Grande do Sul foi de Lasier Martins (PDT), com 37,42%. A vaga na chapa era originalmente destinada a Beto Albuquerque (PSB), que se tornou candidato a vice de Marina Silva na disputa presidencial. Agora, mesmo saindo de cena, o veterano observa o panorama e prevê dificuldades para Dilma se ela mantiver algumas posturas que adotou nos primeiros quatro anos de governo.
Segundo Simon, o primeiro desafio de Dilma será ter a "grandeza" de buscar o diálogo como vem prometendo fazer. "Se ela fizer isso, começa bem. Mas, se fizer ministério de composição, como ocorreu no primeiro mandato, quando Lula deixou para ela ministérios de quinta categoria, daí começa mal", afirmou o senador gaúcho em entrevista ao Broadcast Político, em sua casa na capital gaúcha.
Diante da disputa acirrada na eleição presidencial, na qual Dilma venceu Aécio Neves (PSDB) com a menor margem da história (teve 51,64% dos votos válidos), Simon vê um País "dividido", em que "a maioria do povo brasileiro" está descontente. "Hoje, com a votação dura que Dilma teve e vivendo o problema de vencer a crise na Petrobras e retomar a credibilidade, ela tem que fazer um ministério de alto gabarito", disse.
"O que se quer nessa altura é montar o governo dela, e montar a maioria dela. Mas fazer isso como? No troca-troca, no toma lá dá cá? Se ela vai lotear o governo como aconteceu antes, na minha opinião vai ser um 'Deus nos acuda'. O primeiro ministério dela foi um fracasso", avaliou. Para Simon, a presidente precisa de coragem para debater tanto com as forças políticas quanto com a sociedade. "Se ela quiser 'bater na mesa', a situação vai ser muito difícil."