O País está, evidentemente, insatisfeito. Ninguém tem uma bandeira única, a não ser a da insatisfação", disse Serra (Valter Campanato/ABr)
Da Redação
Publicado em 1 de julho de 2013 às 19h28.
São Paulo - O ex-governador de São Paulo, José Serra (PSDB), disse ser contra a proposta da presidente Dilma Rousseff de fazer um plebiscito para a reforma política no País.
"Primeiro que um plebiscito custa R$ 400 milhões, R$ 500 milhões. Segundo que não dá tempo. Quer mudar o sistema político? Faz por via normal, com emenda constitucional, por exemplo. Pra quê fazer um plebiscito?", afirmou o ex-governador em entrevista à Rádio Jovem Pan nesta segunda-feira. "Essa ideia de plebiscito foi feita por marqueteiro", disse.
Segundo o tucano, o anúncio feito pela presidente Dilma sobre o plebiscito foi uma estratégia para o governo "ganhar tempo", diante das manifestações em todo o País.
"Plebiscito é para questões binárias: é sim ou não. O governo vai entupir o plebiscito de propostas para reforma política, complexas, com detalhes? Vamos ter um teste de múltipla escolha, com 15, 20 itens? Isso é brincadeira. Isso o que que é? É ganhar tempo, é tirar o foco dos problemas. A população não foi para rua para isso. O Brasil quer respostas", criticou Serra.
O ex-governador afirmou, ainda, que os protestos que tomaram conta do País mostram que a população está insatisfeita com o atual modelo político do Brasil.
"O País está, evidentemente, insatisfeito. Ninguém tem uma bandeira única, a não ser a da insatisfação." O tucano também criticou a antecipação da campanha eleitoral de 2014. "É muito cedo para fazer política eleitoral. Não se governa um país com campanha eleitoral. Esse foi o maior erro da presidente."