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Sensores da Samarco alertaram sobre barragem, diz Globo

O rompimento da barragem em Mariana, em Minas Gerais, é considerado um dos maiores desastres ambientais da história do Brasil

Vista aérea da lama de barragens da Samarco que invadiram o Rio Doce (Ricardo Moraes/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 25 de janeiro de 2016 às 15h53.

Rio de Janeiro - A mineradora Samarco recebeu alertas de perigo de sensores terrestres em 2014 e 2015, antes do rompimento de uma barragem de rejeitos que provocou mortes e um desastre ambiental, de acordo com reportagem exibida pelo programa Fantástico, da TV Globo , no domingo.

Os alertas, feitos por sondas cravadas na estrutura da barragem para detectar a umidade e a estabilidade do solo, chegaram ao nível de "emergência", afirmou o Fantástico, com base em estudos de engenharia contratados pela Samarco que foram fornecidos aos promotores que investigam o caso.

O rompimento da barragem em Mariana, em Minas Gerais, é considerado um dos maiores desastres ambientais da história do Brasil.

A Samarco, uma joint venture em partes iguais entre a Vale e a anglo-australiana BHP Billiton, está em negociações com promotores federais e estaduais e agências ambientais sobre uma ação que cobra da empresa 20 bilhões de reais devido ao incidente.

O Fantástico disse que os estudos não incluem dados de sensores em áreas críticas para a integridade das ampliações recentes da barragem, em um sinal de que houve "desprezo" da empresa com relação aos dados dos sensores, de acordo com um promotor entrevistado pelo programa de televisão.

"É uma omissão extremamente grave, que compromete a segurança na operação", disse o promotor Carlos Eduardo Ferreira Pinto, do Ministério Público do Minas Gerais, sobre os dados do sensor.

A ampliação da barragem, acrescentou o promotor, "comprometeu em uma forma decisiva para a rompimento".

O rompimento da barragem, em novembro, provocou um tsunami de lama em centenas de quilômetros de vales e rios, matando 17 pessoas, acabando com pequenas cidades, poluindo água potável para dezenas de milhares de pessoas e destruindo a vida selvagem desde as montanhas de Minas até o oceano Atlântico.

Um advogado da Samarco disse ao Fantástico que a empresa seguiu todas as leis de segurança de barragens e legislações ambientais em vigor, e que a área da barragem onde não havia dados de sensores era a parte mais segura da estrutura.

Em resposta à reportagem do Fantástico sobre a falta de dados, a empresa que forneceu os dados do sensor para a Samarco disse que não era obrigada a fornecer para o governo dados que estavam dentro dos parâmetros normais.

Em resposta a perguntas da Reuters, a Samarco disse em um comunicado que "repudia qualquer especulação sobre conhecimento prévio de risco iminente de ruptura na Barragem de Fundão".

Segundo a companhia, a barragem de Fundão sempre foi declarada estável. "Alertas contidos em relatórios de consultores jamais indicaram risco iminente de ruptura ou necessidade de interdição das operações", acrescentou a companhia.

Vale e BHP informaram que não iriam comentar.

Anteriormente, a BHP informou que iria publicar resultados de uma investigação sobre o rompimento da barragem, em curso pelo escritório de advocacia, sediado em Nova York, Cleary Gottlieb Steen & Hamilton, quando estiver completo.

Texto atualizado às 16h53

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Rio de Janeiro - A mineradora Samarco recebeu alertas de perigo de sensores terrestres em 2014 e 2015, antes do rompimento de uma barragem de rejeitos que provocou mortes e um desastre ambiental, de acordo com reportagem exibida pelo programa Fantástico, da TV Globo , no domingo.

Os alertas, feitos por sondas cravadas na estrutura da barragem para detectar a umidade e a estabilidade do solo, chegaram ao nível de "emergência", afirmou o Fantástico, com base em estudos de engenharia contratados pela Samarco que foram fornecidos aos promotores que investigam o caso.

O rompimento da barragem em Mariana, em Minas Gerais, é considerado um dos maiores desastres ambientais da história do Brasil.

A Samarco, uma joint venture em partes iguais entre a Vale e a anglo-australiana BHP Billiton, está em negociações com promotores federais e estaduais e agências ambientais sobre uma ação que cobra da empresa 20 bilhões de reais devido ao incidente.

O Fantástico disse que os estudos não incluem dados de sensores em áreas críticas para a integridade das ampliações recentes da barragem, em um sinal de que houve "desprezo" da empresa com relação aos dados dos sensores, de acordo com um promotor entrevistado pelo programa de televisão.

"É uma omissão extremamente grave, que compromete a segurança na operação", disse o promotor Carlos Eduardo Ferreira Pinto, do Ministério Público do Minas Gerais, sobre os dados do sensor.

A ampliação da barragem, acrescentou o promotor, "comprometeu em uma forma decisiva para a rompimento".

O rompimento da barragem, em novembro, provocou um tsunami de lama em centenas de quilômetros de vales e rios, matando 17 pessoas, acabando com pequenas cidades, poluindo água potável para dezenas de milhares de pessoas e destruindo a vida selvagem desde as montanhas de Minas até o oceano Atlântico.

Um advogado da Samarco disse ao Fantástico que a empresa seguiu todas as leis de segurança de barragens e legislações ambientais em vigor, e que a área da barragem onde não havia dados de sensores era a parte mais segura da estrutura.

Em resposta à reportagem do Fantástico sobre a falta de dados, a empresa que forneceu os dados do sensor para a Samarco disse que não era obrigada a fornecer para o governo dados que estavam dentro dos parâmetros normais.

Em resposta a perguntas da Reuters, a Samarco disse em um comunicado que "repudia qualquer especulação sobre conhecimento prévio de risco iminente de ruptura na Barragem de Fundão".

Segundo a companhia, a barragem de Fundão sempre foi declarada estável. "Alertas contidos em relatórios de consultores jamais indicaram risco iminente de ruptura ou necessidade de interdição das operações", acrescentou a companhia.

Vale e BHP informaram que não iriam comentar.

Anteriormente, a BHP informou que iria publicar resultados de uma investigação sobre o rompimento da barragem, em curso pelo escritório de advocacia, sediado em Nova York, Cleary Gottlieb Steen & Hamilton, quando estiver completo.

Texto atualizado às 16h53

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