Senado poderá excluir jabutis de MPs, decide Renan
Medida anunciada pelo presidente do Senado dá maiores poderes para os senadores barrarem mudanças alheias ao escopo da MP
Da Redação
Publicado em 27 de outubro de 2015 às 19h07.
Brasília - O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), anunciou nesta terça-feira, 27, que a Casa poderá excluir das medidas provisórias os chamados "jabutis" - emendas com temas alheios à matéria original encaminhada pelo governo ao Legislativo.
Ao responder a um questionamento feito há quase cinco meses pelo líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado (GO), Renan afirmou que os senadores poderão aprovar em plenário a retirada dos "jabutis" do texto da MP que chegar da Câmara .
Na prática, a medida anunciada pelo presidente do Senado dá maiores poderes para os senadores barrarem mudanças alheias ao escopo da MP que haviam passado pela comissão mista e pelo plenário da Câmara.
Renan foi compelido a dar a resposta a Caiado após a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que, há duas semanas, entendeu que a inclusão de emendas "jabutis" são inconstitucionais.
Em plenário, Renan explicou a nova regra de tramitação das medidas provisórias com alterações a partir de agora. Ele disse que a exclusão dos tais jabutis, aprovadas pela comissão mista da MP ou pela Câmara, deve ocorrer antes da votação do mérito propriamente dito.
Segundo ele, qualquer senador terá de pedir, a partir de um destaque apresentado em plenário, a votação em separado da matéria estranha durante a discussão da admissibilidade da MP, momento em que a Casa avalia que a medida cumpre os requisitos de urgência, relevância e pertinência.
O destaque terá de ser aprovado por maioria simples. Se ele for aprovado, o "jabuti" será desconsiderado e, a partir daí, os senadores votam o mérito da medida provisória com as mesmas regras adotadas atualmente.
"Com esse procedimento, acredito, estará preservado o poder de emenda do Congresso Nacional", disse Renan, em plenário.
Ronaldo Caiado havia apresentado o questionamento logo após a aprovação no final de maio pelo Senado da Medida Provisória 668, a terceira MP da primeira etapa do ajuste fiscal.
Originalmente, a MP apenas aumentava as alíquotas do PIS/Pasep e Cofins de produtos importados, mas recebeu 23 "jabutis" durante a tramitação.
Na ocasião, o senador Jader Barbalho (PMDB-PA) cobrou a Renan que contivesse o excesso de MPs.
"Só vai faltar aqui - me desculpem senadores - uma medida provisória para construir um motel", criticou Jader, referindo-se ao fato da inclusão, na MP 668, da previsão da construção de um shopping na Câmara.
"Não vou ficar aqui assistindo ao outro lado fazendo negociata. O Senado não é um órgão para ser avacalhado", protestou.
O líder do DEM elogiou Renan pela mudança. "A partir daí, nós teremos maior agilidade para aprovarmos as medidas provisórias e também não estaremos sendo coniventes com nenhuma outra matéria, que tenha sido incluída, sem que a maioria dos senadores tenha tido oportunidade para apresentar emendas a um texto", disse Caiado, em plenário.
Desde o fim de 2013, a Câmara já pode adotar um rito especial para excluir os "jabutis" que tenham sido aprovados pela comissão mista. Mas a regra de retirada dessas matérias é diferente que a determinada agora pelo Senado.
O então presidente da Casa e atual ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), determinou que as MPs que contenham "jabutis" podem ser devolvidos por decisão unilateral de quem esteja no comando da Câmara.
Brasília - O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), anunciou nesta terça-feira, 27, que a Casa poderá excluir das medidas provisórias os chamados "jabutis" - emendas com temas alheios à matéria original encaminhada pelo governo ao Legislativo.
Ao responder a um questionamento feito há quase cinco meses pelo líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado (GO), Renan afirmou que os senadores poderão aprovar em plenário a retirada dos "jabutis" do texto da MP que chegar da Câmara .
Na prática, a medida anunciada pelo presidente do Senado dá maiores poderes para os senadores barrarem mudanças alheias ao escopo da MP que haviam passado pela comissão mista e pelo plenário da Câmara.
Renan foi compelido a dar a resposta a Caiado após a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que, há duas semanas, entendeu que a inclusão de emendas "jabutis" são inconstitucionais.
Em plenário, Renan explicou a nova regra de tramitação das medidas provisórias com alterações a partir de agora. Ele disse que a exclusão dos tais jabutis, aprovadas pela comissão mista da MP ou pela Câmara, deve ocorrer antes da votação do mérito propriamente dito.
Segundo ele, qualquer senador terá de pedir, a partir de um destaque apresentado em plenário, a votação em separado da matéria estranha durante a discussão da admissibilidade da MP, momento em que a Casa avalia que a medida cumpre os requisitos de urgência, relevância e pertinência.
O destaque terá de ser aprovado por maioria simples. Se ele for aprovado, o "jabuti" será desconsiderado e, a partir daí, os senadores votam o mérito da medida provisória com as mesmas regras adotadas atualmente.
"Com esse procedimento, acredito, estará preservado o poder de emenda do Congresso Nacional", disse Renan, em plenário.
Ronaldo Caiado havia apresentado o questionamento logo após a aprovação no final de maio pelo Senado da Medida Provisória 668, a terceira MP da primeira etapa do ajuste fiscal.
Originalmente, a MP apenas aumentava as alíquotas do PIS/Pasep e Cofins de produtos importados, mas recebeu 23 "jabutis" durante a tramitação.
Na ocasião, o senador Jader Barbalho (PMDB-PA) cobrou a Renan que contivesse o excesso de MPs.
"Só vai faltar aqui - me desculpem senadores - uma medida provisória para construir um motel", criticou Jader, referindo-se ao fato da inclusão, na MP 668, da previsão da construção de um shopping na Câmara.
"Não vou ficar aqui assistindo ao outro lado fazendo negociata. O Senado não é um órgão para ser avacalhado", protestou.
O líder do DEM elogiou Renan pela mudança. "A partir daí, nós teremos maior agilidade para aprovarmos as medidas provisórias e também não estaremos sendo coniventes com nenhuma outra matéria, que tenha sido incluída, sem que a maioria dos senadores tenha tido oportunidade para apresentar emendas a um texto", disse Caiado, em plenário.
Desde o fim de 2013, a Câmara já pode adotar um rito especial para excluir os "jabutis" que tenham sido aprovados pela comissão mista. Mas a regra de retirada dessas matérias é diferente que a determinada agora pelo Senado.
O então presidente da Casa e atual ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), determinou que as MPs que contenham "jabutis" podem ser devolvidos por decisão unilateral de quem esteja no comando da Câmara.