Brasil

Sem acordo, MP dos Portos corre risco de ser desfigurada

A medida provisória que reformula o setor portuário entra na pauta do plenário da Câmara nesta quarta-feira sob o risco de não ser votada

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 8 de maio de 2013 às 10h15.

Brasília - Sem um acordo entre os principais partidos da base do governo, a medida provisória (MP) que reformula o setor portuário entra na pauta do plenário da Câmara hoje (08) sob o risco de não ser votada ou de ter o texto desfigurado pelos próprios aliados.

Nos dois casos, o cenário é de derrota para a presidente Dilma Rousseff, que tem na medida uma das apostas para destravar a logística do País.

"Está havendo uma pressão para se fazer modificações além daquelas que já foram produzidas no parecer do relator, senador Eduardo Braga (PMDB-AM)", disse o líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP).

Segundo ele, a tendência é de que o governo não ceda em mais nenhuma alteração no texto. "O governo já chegou onde podia. Tudo aquilo que pudemos acordar com referência aos trabalhadores e à organização dos portos foi feito."

Mas o líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ), promete apresentar quatro propostas durante a votação para modificar a medida provisória. Todas atendem a demandas apresentadas pelo setor empresarial.

Transparência

Uma delas estabelece que os novos terminais privados deverão passar por licitação e terão prazo de concessão de 25 anos, prorrogáveis por mais 25. Para esses casos, o governo havia estabelecido o processo de chamamento público, avaliado como pouco transparente pelo líder. "Queremos licitação para tudo", disse Cunha.

Além disso, o peemedebista pretende manter a validade de alguns pontos da Lei 8.630/1993, antigo marco regulatório do setor, que deve ser revogada com a aprovação da MP. "Aquilo que não foi modificado pela medida provisória deve continuar valendo", afirmou.


A insistência de Eduardo Cunha em fazer alterações no texto levou o presidente do partido e vice-presidente da República, Michel Temer, a convocá-lo para uma reunião na última segunda-feira. O encontro ocorreu no Palácio do Jaburu, residência oficial de Temer, e contou com a participação do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e de Eduardo Braga, que é o líder do governo no Senado.

Na ocasião, um dos peemedebistas cobrou limites na atuação de Cunha e lembrou que ultrapassá-los poderia ser considerado uma "conspiração". Cunha rebateu as críticas com argumentos técnicos. "Não houve pressão", minimizou, ao ser questionado pelo Estado sobre o episódio. "Não aceito pressões vindas de cima", acrescentou.

Junto com o PMDB, outros dois partidos da base, PDT e PSB, também devem dificultar a votação hoje (08). No caso desses dois últimos, em razão de defenderem mudanças na proposta que beneficiem os trabalhadores dos portos.

"Se forem para o confronto, vamos resistir e defender o texto original", disse o líder do PT, José Guimarães (CE). Apesar do cenário conturbado, o petista afirmou que haverá votação, "doa quem doer".

Acompanhe tudo sobre:Câmara dos DeputadosGoverno DilmaInfraestruturaPolítica no BrasilPortosTransportes

Mais de Brasil

Detentos fazem rebelião e incendeiam presídio em Franco da Rocha, na Grande SP

Convenções em SP começam neste sábado com indefinições

Artefatos indígenas retidos na França retornam ao Brasil

Convenções começam neste sábado com oficialização de candidaturas de Boulos, Paes e Fuad

Mais na Exame