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Segundo turno tem transcorrido com normalidade, diz missão da OEA

Até agora, equipe não foi informada de nenhuma ocorrência relacionada a agressões contra eleitores nem irregularidades.

Pessoas fazem fila para votar em 2º turno das eleições no Rio: para a missão da OEA, foram destacados 48 especialistas, de 38 países (Sergio Moraes/Reuters)

Pessoas fazem fila para votar em 2º turno das eleições no Rio: para a missão da OEA, foram destacados 48 especialistas, de 38 países (Sergio Moraes/Reuters)

AB

Agência Brasil

Publicado em 28 de outubro de 2018 às 12h22.

A presidente da missão de observadores da Organização dos Estados Americanos (OEA) para as eleições brasileiras, Laura Chinchilla, disse hoje (28) que, até o momento, o segundo turno tem transcorrido com "muita normalidade" e que espera que seja encerrado da mesma maneira.

Até agora, ressaltou, sua equipe não foi informada de nenhuma ocorrência relacionada a agressões contra eleitores nem irregularidades.

Chinchilla declarou, ainda, que o eleitorado brasileiro tem demonstrado estar ciente da importância do voto, levando com seriedade a eleição. "E essa é a melhor forma de se resolver as diferenças políticas no país", ressaltou a jornalistas, no colégio Sigma, uma das seções eleitorais da zona central de Brasília.

Para a missão da OEA, foram destacados 48 especialistas, provenientes de 38 países. Após acompanhar o andamento do segundo turno das eleições, a equipe, distribuída em 11 estados e no Distrito Federal, fará um relatório contendo suas percepções sobre o pleito. O documento deverá ser apresentado amanhã à imprensa, em horário a ser definido.

Um grupo de observadores foi designado para analisar o processo de votação no exterior em Buenos Aires, Cidade do México, Montreal, Paris, Santiago do Chile e Washington DC.

Na tarde de hoje, Chinchilla deverá seguir para o Centro Integrado de Comando e Controle das Eleições 2018 (CICCE) da Polícia Federal, para acompanhar suas atividades e monitoramentos.

Na última quinta-feira (25), Laura, que já presidiu a Costa Rica, classificou a disseminação de notícias falsas no Brasil como um cenário "sem precedentes". As últimas eleições norte-americanas também foram marcadas por uma intensa propagação de informações inverídicas. Meses depois da posse do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em janeiro de 2017, o assunto ainda mobiliza jornalistas de todo país, que, em agosto deste ano, reagiram coletivamente contra declarações do republicano, segundo o qual a imprensa é "inimiga do povo".

Violência durante eleições

Na mesma ocasião, a representante da OEA afirmou que, além da veiculação das chamadas fake news, outro aspecto preocupante é o incitamento à violência imbuído em alguns discursos. "Se está usando uma rede privada, que é o WhatsApp, que apresenta muitas complexidades para ser investigada pelas autoridades. É uma rede que gera muita confiança porque são pessoas próximas que difundem as notícias e é a mais utilizada, com um alcance que nunca se tinha visto antes", ponderou, na oportunidade.

Na última sexta-feira (26), a incidência de atos violentos contra eleitores justificou a deflagração da Operação Bravata, coordenada pela Polícia Federal (PF). A operação foi aberta após a corporação identificar uma rede de pessoas que planejava agredir eleitores de determinado candidato, caso este vencesse as eleições de hoje. A comunicação entre os suspeitos, informou a PF, era feita por meio do Whatsapp. Os agentes cumpriram cinco mandados de busca e apreensão, no estado de Sergipe.

Também na semana passada, Laura Chinchilla se reuniu com a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, para discutir ações de combate às fake news. Chinchilla confirmou ter repassado às autoridades brasileiras competentes denúncias relativas ao esquema supostamente financiado por empresários envolvendo o envio massivo, via Whatsapp, de notícias anti-PT.

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