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Manuela deve receber apoio do PT se for para 2º turno

As conversas formais pelo apoio do PT só devem ocorrer na próxima semana, uma vez que o petista Adão Villaverde segue na disputa

A política gaúcha Manuela D'Ávila: aliados do PT em âmbito nacional, pedetistas e comunistas ocupam ministérios do governo Dilma Rousseff (Divulgação/Facebook)

A política gaúcha Manuela D'Ávila: aliados do PT em âmbito nacional, pedetistas e comunistas ocupam ministérios do governo Dilma Rousseff (Divulgação/Facebook)

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Da Redação

Publicado em 28 de setembro de 2012 às 20h53.

Última atualização em 2 de fevereiro de 2018 às 17h52.

Brasília - As últimas pesquisas apontam para uma definição da eleição em Porto Alegre já no primeiro turno, mas se a capital gaúcha precisar de uma segunda rodada o PT deverá apoiar a candidata do PCdoB, uma escolha delicada, já que seu adversário será o atual prefeito, do PDT, outro aliado estadual e nacional.

As conversas formais pelo apoio do PT só devem ocorrer na próxima semana, uma vez que o petista Adão Villaverde segue na disputa, embora bem atrás do prefeito José Fortunatti e da deputada Manuela D'Ávila.

Aliados do PT em âmbito nacional, pedetistas e comunistas ocupam ministérios do governo Dilma Rousseff; no Rio Grande do Sul os partidos têm duas secretarias estaduais, cada, na coalizão do governador petista Tarso Genro. A escolha de um lado agora pode ter um preço a ser pago daqui a dois anos, quando Genro deve tentar a reeleição.

O presidente nacional do PCdoB, Renato Rabelo, confirmou à Reuters que o apoio formal só será definido na próxima semana, mas já recebeu indicativos de que os petistas estarão com Manuela se houver segundo turno.

"No caso de Porto Alegre, a direção nacional do PT já tem uma posição que havendo segundo turno entre nós e o prefeito se posicionaria pela Manuela", disse Rabelo à Reuters.


"O Tarso já nos disse que no segundo turno nessas condições (PCdoB x PDT) apoiaria a candidatura da Manuela", acrescentou o comunista. Uma fonte do governo gaúcho também disse à Reuters que essa deve ser a posição de Tarso.

Mas o presidente do PT no Rio Grande do Sul, Raul Pont, ainda evita falar nos cenários do segundo turno sem o PT, mesmo reconhecendo que o candidato do partido sofre por ser pouco conhecido na capital.

Apesar disso, descarta a possibilidade de o partido ficar em cima do muro caso o quadro atual se confirme. "Não é do nosso feitio optar pela neutralidade", disse.

CHANCES DE VITÓRIA DIA 7 Todas as negociações se dão na condicional porque desde a semana passada as pesquisas têm mostrado uma maior possibilidade de a eleição ser definida já no primeiro turno.

Pesquisa Datafolha realizada terça e quarta-feira mostrou Fortunatti com 47 por cento das intenções de voto, contra Manuela com 24 por cento e Villaverde com 9 por cento. Os candidatos do PSOL e do PSDB tiveram, respectivamente, 2 e 1 por cento.

Para vencer no primeiro turno, um candidato precisa ter metade mais um dos votos válidos, que não consideram os votos brancos e nulos.

"A minha configuração é que não haverá segundo turno. Estamos vendo nas pesquisas que dos indefinidos metade está vindo para nós", disse à Reuters, confiante, o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi.

Para ele, o melhor para o PT seria a disputa acabar no primeiro turno para evitar desdobramentos políticos piores.

"Quem vai ficar numa situação difícil é o PT. Se optar pelo PCdoB pode até ser lido como um rompimento (pelo PDT no Estado)", disse Lupi, que alerta, porém, que é muito cedo para traçar cenários para a disputa de 2014.

"Vai ser uma escolha de Sofia para o PT", afirmou o pedetista, em referência ao filme em que a mãe, presa num campo de concentração durante a Segunda Guerra Mundial, precisa escolher um dos filhos para ser morto.

O tema é tão espinhoso que Dilma avalia, segundo uma fonte próxima a ela, não ir a Porto Alegre votar para evitar constrangimentos entre os aliados. Filiada ao PT desde 2001, ela fez uma longa carreira política no PDT.

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