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Rodrigo Maia diz que sistema presidencialista se esgotou

Presidente da Câmara defendeu que qualquer debate sobre mudança do sistema contasse com a participação da sociedade

Rodrigo Maia: "está ficando muito claro que o sistema presidencialista brasileiro ele se esgotou e a gente precisa construir algo novo" (Agência Brasil/Agência Brasil)

Rodrigo Maia: "está ficando muito claro que o sistema presidencialista brasileiro ele se esgotou e a gente precisa construir algo novo" (Agência Brasil/Agência Brasil)

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Reuters

Publicado em 7 de agosto de 2017 às 14h54.

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta segunda-feira que o sistema presidencialista do país está esgotado e que é necessária a construção de "algo novo" com a participação da sociedade.

Questionado, em entrevista à Rádio Bandeirantes, sobre a possibilidade de adoção de um sistema parlamentarista de governo, Maia ponderou que exigiria um sistema eleitoral "completamente diferente" do atual. Também defendeu que qualquer debate sobre mudança do sistema contasse com a participação da sociedade.

"Eu acho que a gente pode introduzir o debate, mas vai precisar que a sociedade participe", disse o presidente da Câmara à rádio, lembrando do plebiscito ocorrido em 1993 em que foi escolhido o atual sistema de governo.

"Acho que são coisas que a gente pode ir avançando, claro que está ficando muito claro que o sistema presidencialista brasileiro ele se esgotou e a gente precisa construir algo novo, seja no sistema de governo, seja no sistema eleitoral", afirmou.

Maia disse ainda que a reforma política, em debate na Câmara dos Deputados, é uma prioridade e deve ser tema de reunião que ele deve ter com o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), e alguns líderes na terça-feira à noite.

Mais cedo, em entrevista à CBN, Maia afirmou que a ideia é conseguir que as comissões que discutem o tema aprovem seus projetos até a quinta-feira para que possam ser votados pelo plenário "a partir" da quarta-feira da próxima semana.

A reforma política tem prazo para ser votada. Pela legislação, qualquer mudança eleitoral precisa ser aprovada pelo menos um ano antes da eleição, que vai ocorrer em outubro do ano que vem.

Ainda no tema eleitoral, questionado sobre uma eventual candidatura em 2018, Maia disse estar "muito longe disso" ainda e afirmou não ter votos majoritários para disputar o governo estadual ou a Presidência da República. Reconheceu, no entanto, que "aquele que tem sonhos" pode trabalhar para uma candidatura "não necessariamente" nas próxima eleições.

"É claro que o político tem sempre a expectativa de ascensão", afirmou.

Denúncia contra Temer

Maia também comentou a atuação na votação da denúncia contra o presidente Michel Temer na Câmara na última semana. O deputado disse que tentou manter uma condução imparcial do processo, mas pessoalmente defende que haja uma estabilidade no governo.

O presidente da Câmara relatou ainda ter sido procurado por deputados que o questionaram se não o interessaria atuar pela saída de Temer.

"A presidência desse processo foi muito difícil, é óbvio que com o poder que eu tinha, sem dúvida nenhuma... muitas pessoas me questionaram porque eu não avançava", disse.

"Eu disse que primeiro eu tenho uma convicção pessoal", contou.

Sobre a provável apresentação de uma segunda denúncia contra Temer por parte da Procuradoria-Geral da República, afirmou que tem a intenção de evitar uma paralisação das votações na Casa.

Questionado se haveria uma "perseguição" a Temer na postura do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, Maia ponderou que é necessário aguardar o teor da segunda denúncia.

"Esse assunto, na hora que vier a segunda denúncia, nós vamos saber se de fato era uma coisa mais política ou uma coisa com densidade para que de fato exista a possibilidade de uma segunda denúncia."

"Acho que na segunda (denúncia) a gente vai certamente deixar a comissão trabalhar, mas não vamos deixar de manter a nossa agenda focada nos temas que interessam à sociedade também", disse. "Para que, paralelo à denúncia na comissão, a gente possa continuar trabalhando no plenário."

Maia voltou ainda a defender a aprovação da reforma da Previdência, que pelos cálculos do deputado, precisa ser votada em setembro.

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