Policiais percorrem favela de Manguinhos fazendo vistorias: a comunidade foi ocupada pelas forças de segurança para instalação de UPPs (Tânia Rêgo/ABr)
Da Redação
Publicado em 16 de outubro de 2012 às 12h36.
Rio de Janeiro - As autoridades do Rio de Janeiro confirmaram nesta terça-feira a desapropriação de um terreno de 600 mil metros quadrados, onde funcionava a refinaria de Manguinhos, para construir casas para a população das favelas pela polícia.
A decisão, que foi publicada hoje no Diário Oficial, já tinha sido antecipada pelo governador Sérgio Cabral no último domingo, quando as autoridades ocuparam as favelas de Manguinhos e Jacarezinho, dois redutos da maior facção criminosa do estado.
Segundo Cabral, essas instalações 'há muito tempo não refinam nada' e se transformaram em verdadeiros depósitos de etanol, o que representa um 'perigo' para os 70 mil habitantes que vivem nos bairros arredores, os quais estavam sob controle do tráfico até o último domingo.
Apesar de ter sido anunciada, a desapropriação surpreendeu o presidente da Refinaria de Manguinhos, Paulo Henrique Menezes, que ontem pediu para interromper as negociações das ações da empresa na BMF&Bovespa com a intenção de 'proteger' seus 7 mil acionistas.
Menezes rebateu as declarações de Cabral e assegurou que as instalações de Manguinhos funcionavam 'quase que plenamente', já que no último ano a companhia teria refinado cerca de 3,5 milhões de barris de petróleo.
O presidente da companhia assegurou, além disso, que essa decisão deixará os mil funcionários da refinaria sem emprego.
Segundo os planos do governo, os terrenos serão usados para construção de conjuntos habitacionais de interesse social, os quais também contarão com escolas, centros de saúde e postos policiais.
A empresa começou a operar em dezembro de 1954 e, atualmente, pertence ao grupo Andrade Magro, que em 2008 reiniciou as operações de refino suspensas em 2005.