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Renan pegou propina de US$ 6 mi, afirma Cerveró à Justiça

O ex-diretor Internacional da Petrobras e delator da Lava Jato disse que o presidente Renan Calheiros recebeu propina por meio de lobista


	Senador Renan Calheiros: propina teria sido repassada na época da contratação do navio-sonda, em 2006
 (Ueslei Marcelino/Reuters)

Senador Renan Calheiros: propina teria sido repassada na época da contratação do navio-sonda, em 2006 (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 18 de abril de 2016 às 22h36.

São Paulo - O ex-diretor Internacional da Petrobras e delator da Lava Jato Nestor Cerveró disse em depoimento ao juiz Sérgio Moro nesta segunda-feira, 18, que o presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL) recebeu propina de US$ 6 milhões por meio do lobista Jorge Luz, apontado como um dos operadores de propinas na Petrobras, referentes a um contrato de afretamento do navio-sonda Petrobras 10.000.

"(Jorge Luz) foi o operador que pagou os US$ 6 milhões da propina da sonda Petrobras 10.000, foi o encarregado de pagar ao senador Renan Calheiros", disse o delator ao ser questionado pela defesa de Salim Schahin sobre a atuação de Jorge Luz em relação às propinas recebidas por Cerveró.

A propina teria sido repassada na época da contratação do navio-sonda, em 2006.

Neste momento da audiência, que envolveu acusações ainda sob investigação contra uma autoridade com prerrogativa de foro, o juiz Sérgio Moro interrompeu Cerveró e pediu para o delator comentar apenas o que tinha pertinência com a ação penal na qual ele depôs nesta tarde.

O ex-diretor falou na ação em que é acusado de favorecer a Schahin na contratação para a operação de um navio-sonda da Petrobras como uma forma de quitar a dívida do partido com o banco Schahin.

Renan Calheiros é hoje o responsável por ditar o ritmo do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff após a Câmara aprovar a continuidade do procedimento.

A acusação contra o senador na delação de Cerveró foi revelada pelo jornal O Estado de S. Paulo em dezembro do ano passado e confirmada pelo delator nesta tarde em seu primeiro depoimento após fechar um acordo de delação premiada.

Por meio de sua assessoria de imprensa, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), negou as "as imputações".

Renan "reafirma que já prestou as declarações necessárias, mas está à disposição para quaisquer novos esclarecimentos".

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