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Renan critica ajuste e rejeita soluções de força para crise

O presidente do Senado fez um balanço do primeiro semestre legislativo na Casa, aproveitando para criticar o ajuste fiscal


	Presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL): Renan criticou o que chamou de "juros pornográficos" da economia brasileira
 (Paulo Whitaker/Reuters)

Presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL): Renan criticou o que chamou de "juros pornográficos" da economia brasileira (Paulo Whitaker/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 17 de julho de 2015 às 16h19.

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), fez nesta sexta-feira um balanço do primeiro semestre legislativo na Casa, aproveitando para criticar o ajuste fiscal e o que chamou de "juros pornográficos" da economia brasileira.

No balanço, divulgado pela presidência do Senado no site da Casa, Renan disse que "quem alimenta a crise política é a crise econômica", mas ressaltou, em meio às crescentes discussões sobre um eventual pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, que "é desnecessário reiterar que não há mais espaço para soluções de força e fora da lei".

Poucas horas depois de o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), anunciar seu rompimento com o governo, assumindo uma posição de oposição, Renan afirmou que é preciso "rediscutir o modelo de coalizão existente".

"O método atual, de aparelhamento e fisiologia, está exaurido e precisamos, sempre, qualificar programaticamente as coalizões a fim de preservar a independência dos poderes e a solidez democrática", disse.

O balanço legislativo do Senado seria apresentado por Renan nesta manhã em uma entrevista coletiva, cancelada depois que Cunha chamou os jornalistas para fazer seu anúncio.

"DESAJUSTE SOCIAL"

Em seu balanço, o presidente do Senado disse que as atuais dificuldades econômicas são inegáveis e o Congresso procurou dar sua contribuição, mas criticou os resultados das medidas adotadas pelo governo.

"Em um sistema presidencialista, o chefe do governo pediu a autorização do Parlamento a fim de implementar medidas apontadas como imprescindíveis para fazer face à crise", disse.

"O Congresso, no seu limite, forneceu estas ferramentas, mas os resultados, como alertamos, são muito modestos. O ajuste fiscal caminha celeremente para ser um desajuste social com a explosiva combinação recessão, inflação alta, desemprego e juros pornográficos. Até aqui só o trabalhador pagou a conta e não há ainda horizonte após o ajuste."

Desde o final do ano passado, o governo enviou uma série de medidas de ajuste fiscal ao Congresso, como MPs que restringiram o acesso a benefícios previdenciários e trabalhistas.

Elas foram, na sua grande maioria, modificadas pelos parlamentares, reduzindo o total da economia estimada pelo governo quando as editou.

Uma das medidas provisórias que revertia a política de desoneração da folha de pagamento, foi, inclusive, devolvida por Renan ao Executivo, o que obrigou o governo a reenviar a proposta como projeto de lei, que até agora não foi aprovado pelo Congresso.

"Aqui (no Senado) procuramos ajudar, contribuir e aperfeiçoar medidas para recolocar a nação no rumo do crescimento e da distribuição de riquezas e, quando necessário, frear a sanha arrecadadora como o fizemos na devolução de uma medida provisória juridicamente equivocada que teria agravado a recessão e o desemprego", disse Renan.

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