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Relatório mostra siglas de Marcelo Odebrecht para políticos

Maior empreiteiro do país utilizava em seu aparelho e siglas como GA (referência ao governador Geraldo Alckmin), MT (Michel Temer) e GM (Guido Mantega)


	Marcelo Odebrecht: ele teria se reunido com Geraldo Alckmin (PSDB), governador de São Paulo, em outubro de 2014
 (REUTERS/Enrique Castro-Mendivil)

Marcelo Odebrecht: ele teria se reunido com Geraldo Alckmin (PSDB), governador de São Paulo, em outubro de 2014 (REUTERS/Enrique Castro-Mendivil)

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Da Redação

Publicado em 21 de julho de 2015 às 14h02.

Curitiba e São Paulo - Relatório da Polícia Federal sobre o celular de Marcelo Bahia Odebrecht apreendido na 14ª fase da Lava Jato revela o amplo leque de políticos, da base do governo e da oposição, com os quais Marcelo Odebrecht tinha algum contato, sua preocupação com a operação da Polícia Federal e, sobretudo, seu esforço para utilizar siglas e mensagens codificadas para se referir a políticos e registrar algumas transações.

O maior empreiteiro do país utilizava em seu aparelho siglas como GA (referência ao governador Geraldo Alckmin), MT (Michel Temer), GM (Guido Mantega), JS (neste caso a Polícia Federal utilizou uma tarja preta para não identificar o contato), FP (a PF usou também uma tarja preta para não identificar o contato) e algumas mais óbvias como ECunha, em referência ao presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB/RJ).

Há também referência direta ao ex-presidente Lula e a outros apelidos como "Dida", para se referir a Aldemir Bendine, presidente da Petrobras, e "Beto", em referência ao secretário nacional de Justiça Beto Ferreira Martins. Na análise de 31 páginas, a Polícia Federal limita-se a transcrever as anotações da agenda do empreiteiro.

Em duas ocasiões, como revela a análise do material apreendido na residência de Marcelo Odebrecht, há registros na agenda do celular de encontros com políticos.

Ele teria se reunido com Geraldo Alckmin (PSDB), governador de São Paulo, em outubro de 2014, e com o vice-presidente Michel Temer (PMDB), em 21 de novembro do ano passado, já depois da Juízo Final, etapa da Lava Jato que levou à prisão outros executivos de grandes empreiteiras do país.

O detalhamento do encontro com o vice-presidente, contudo, aparece coberto por uma tarja preta no relatório.

Mais abaixo, há ainda o tópico "notas antigas", no qual há referência "adiantar 15 p/JS" e em seguida a anotação "IPI até dez e pis/Cofins até jan".

Ainda relacionado a este tópico há o título "Contribuição", a partir do qual surgem várias referências de valores seguidas de siglas que a Polícia Federal ainda não conseguiu identificar claramente.

Outro lado

"Embora sem fundamento sólido, o indiciamento do executivo e ex-executivos da Odebrecht já era esperado. As defesas aguardarão a oportunidade de exercer plenamente o contraditório e o direito de defesa.

Em relação a Marcelo Odebrecht, o relatório da Polícia Federal traz novamente interpretações distorcidas, descontextualizadas e sem nenhuma lógica temporal de suas anotações pessoais.

A mais grave é a tentativa de atribuir a Marcelo Odebrecht a responsabilidade pelos ilícitos gravíssimos que estão sendo apurados e envolveriam a cúpula da Polícia Federal do Paraná, como a questão da instalação de escutas em celas dentre outras."

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