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Racha no PT afugenta coligação com PSB em Recife

PSB vai apoiar o petista Fernando Haddad na briga pela prefeitura de São Paulo,mas abandonará o PT para lançar candidato próprio em Fortaleza e Recife

Dilma Rousseff com o governador Eduardo Campos durante entrega de 480 unidades habitacionais do Conjunto Habitacional Via Mangue, onde foi feito o anúncio (Roberto Stuckert Filho/PR)

Dilma Rousseff com o governador Eduardo Campos durante entrega de 480 unidades habitacionais do Conjunto Habitacional Via Mangue, onde foi feito o anúncio (Roberto Stuckert Filho/PR)

DR

Da Redação

Publicado em 14 de julho de 2012 às 16h00.

São Paulo - O PSB do governador de Pernambuco Eduardo Campos vai manter o apoio oficial ao petista Fernando Haddad na briga pela prefeitura de São Paulo, mas abandonará o PT para lançar candidato próprio em duas outras capitais: Fortaleza (CE) e Recife (PE). Depois de o governador do Ceará, Cid Gomes (PSB), romper com o PT da prefeita de Fortaleza, Luiziane Lins, nesta terça foi Campos quem decidiu dar um basta na negociação com os petistas que estão se digladiando no Recife e partir para um projeto próprio na capital.

Convencido de que a cúpula do PT perdeu o controle sobre o racha do partido em Pernambuco, o governador e presidente do PSB não quer se desgastar com a briga petista nem pagar a conta política da intervenção no diretório do Recife. A executiva nacional do PT interveio na tentativa de garantir a candidatura do senador Humberto Costa (PT) à prefeitura do Recife e tirar do páreo o prefeito João da Costa (PT). Mas a interferência não pôs fim ao impasse.

"O prefeito resistirá até a última gota de sangue pelo direito de disputar a reeleição", afirmou hoje o deputado Fernando Ferro (PT-PE), expoente do grupo que apoia o prefeito. Como o veto à reeleição foi decidido em São Paulo, João da Costa não aceitou ser retirado da disputa pelo "comissariado paulista" e organizou uma resistência que ganhou contornos de rebelião.

É este clima de guerra interna no PT que afugentou Campos e seu PSB. Amigos do prefeito insistem na tese de que ele vai lutar pelo direito à reeleição em qualquer foro, inclusive na Justiça. "Ninguém pode cruzar os braços e se calar diante de uma truculência", justifica Ferro, ao argumentar que a interferência dos paulistas cria uma jurisprudência muito perigosa no PT. "Nossa reação tem um caráter cultural, educativo, em defesa da democracia interna e contra golpes de força em qualquer regional de qualquer parte do País".

O deputado entende que uma eventual maioria não pode comandar o partido "como se fosse um feudo", e protesta. "Já derrotamos o velho coronelismo no Nordeste e agora temos que combater o novo coronelismo paulista. Tem uma geração de coronéis do asfalto e precisamos reagir a ela".

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