Brasil

David Miranda, que vai substituir Jean Wyllys, já manda recado a Bolsonaro

Carioca de 33 anos se descreve no Twitter como "Preto, Favelado e Primeiro vereador LGBT do RJ" e é casado com jornalista que revelou caso Snowden

David Miranda, parlamentar que vai substituir Jean Wyllys (David Miranda/Facebook/Divulgação)

David Miranda, parlamentar que vai substituir Jean Wyllys (David Miranda/Facebook/Divulgação)

João Pedro Caleiro

João Pedro Caleiro

Publicado em 24 de janeiro de 2019 às 17h24.

Última atualização em 25 de junho de 2019 às 16h26.

São Paulo — Com o anúncio surpresa de que Jean Wyllys não assumirá seu terceiro mandato como deputado federal e vai deixar o país devido às ameaças que tem recebido, as atenções se voltam para seu suplente, David Miranda.

Eleito vereador pelo Rio de Janeiro em 2016, o carioca de 33 anos se descreve no Twitter como "Preto, Favelado e Primeiro vereador LGBT do RJ, midialivrista e pela causa animal."

David cresceu na favela do Jacarezinho, não conheceu seu pai e sua mãe morreu quando ele tinha 5 anos, segundo seu perfil no Facebook.

Na tarde desta quinta-feira (24), ele mandou uma mensagem para o presidente na rede social: "Nos vemos em Brasília".

Nas eleições do ano passado, Miranda se tornou o primeiro suplente da coligação "Mudar é possível", composta por PSOL e PCB. Ele recebeu 17.356 votos.

Ele é casado há 13 anos com Glenn Greenwald, o jornalista americano que revelou em 2012, com Edward Snowden, o alcance das ferramentas de vigilância global dos Estados Unidos.

Em agosto de 2013, Miranda foi detido pela Polícia Metropolitana de Londres quando fazia escala  em uma viagem de volta de Berlim, para o Brasil.

Enquadrado em uma Lei Antiterrorismo pela suspeita de estar transportando documentos de inteligência, ele ficou detido por 9 horas e teve pertences pessoais retidos.

A prisão foi considerada "justa e apropriada" pela Justiça britânica, mas condenada pela Anistia Internacional.

Greenwald viria a ganhar o Pulitzer em 2014 por seu trabalho e fundou o site The Intercept, que tem uma edição brasileira.

O casal tem dois filhos, João e Jonathan, e vive em uma casa no Rio de Janeiro com 24 cachorros, muito deles de rua, segundo perfil na revista The New Yorker publicado em setembro.

O perfil também diz que eles abriram um abrigo para cachorros de rua na cidade. O casal se conheceu na praia de Ipanema em 2005, onde Greenwald estava de férias.

Acompanhe tudo sobre:Câmara dos DeputadosGlenn GreenwaldGoverno BolsonaroLGBTPSOL – Partido Socialismo e Liberdade

Mais de Brasil

Lula recebe Lira e Pacheco diante de impasse sobre pagamento de emendas e votação de ajuste fiscal

Governo cria grupo de trabalho com propostas no combate ao vício em bets

Barroso termina uso obrigatório de câmaras corporais pela PM de SP

Dino rejeita pedido de reconsideração da AGU e mantém regras para emendas parlamentares