Qual o piso salarial dos professores em 2023? Veja como funciona e regras de pagamento
O piso representa o salário inicial das carreiras do magistério público da educação básica para a formação em nível médio. O valor considera uma jornada de 40 horas semanais
Da redação, com agências
Publicado em 23 de janeiro de 2023 às 16h18.
Última atualização em 23 de janeiro de 2023 às 16h40.
O Ministério da Educação definiu o novo piso salarial nacional dos professores do magistério da Educação Básica Pública para o exercício de 2023. A portaria definindo o reajuste foi publicada no dia 17 de janeiro no Diário Oficial da União, e assinada pelo ministro da Educação, Camilo Santana.
O piso representa o salário inicial das carreiras do magistério público da educação básica para a formação em nível médio. O valor considera uma jornada de 40 horas semanais na modalidade normal de ensino.
Qual o piso salarial dos professores?
O piso nacional dos professores subiu para R$ 4.420,55 em 2023, um reajuste de 15% em relação ao piso do ano passado, que era de R$ 3.845,63.
A cada ano, o piso salarial dos professores deve ser corrigido pelo crescimento do valor anual mínimo por aluno referente aos anos iniciais do ensino fundamental urbano, estabelecido pelo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb).
Quem tem direito ao piso salarial dos professores?
O piso nacional dos professores da Educação Básica deve ser pago integralmente aos docentes que cumprem 40 horas semanais. Como o piso é a referência para o professor no início de carreira, os sindicatos cobram que o reajuste seja aplicado para todos os professores que, muitas vezes, ao receberem acima do piso, continuam com os salários congelados. O valor contempla apenas a rede pública, sendo opcional para a rede particular.
O reajuste é obrigatório -- segundo uma lei de 2008 --, mas cada estado e município precisa oficializar o pagamento por uma portaria própria. Há um debate em curso com muitos prefeitos e governadores dizendo que não conseguem absorver o valor a mais pago aos professores. A Confederação Nacional dos Municípios criticou o reajuste e pediu mais dinheiro ao governo federal para bancar o aumento.
Por outro lado, a CNTE, Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação, lembra que a lei do piso do magistério permite ao gestor municipal solicitar mais recursos da União, como explicou Heleno Araújo, presidente da CNTE.
Qual lei criou o piso salarial dos professores?
A lei 11.738, de 2008, regulamentou o piso salarial do magistério público da educação básica para jornada de 40 horas semanais. O texto prevê um reajuste anual, no mês de janeiro, "utilizando-se o mesmo percentual de crescimento do valor anual mínimo por aluno referente aos anos iniciais do ensino fundamental urbano".
A norma também estabelece que caso um município ou estado não consiga pagar o piso, pode pedir uma complementação nos repasses do governo federal. "O ente federativo deverá justificar sua necessidade e incapacidade, enviando ao Ministério da Educação solicitação fundamentada, acompanhada de planilha de custos comprovando a necessidade da complementação", diz a lei.
Piso de professor em SP e RJ
Na capital paulista, em 2023, a gestão local deu um reajuste de 31%, fazendo com que o salário-mínimo inicial da carreira passe de R$ 3.832,37 para R$ 5.050. O valor é 14% maior que o piso nacional. A prefeitura também aumentou em R$ 50 o auxílio alimentação, ampliando o valor de R$ 550 para R$ 600 aos servidores que recebem até três salários mínimos.
Já na capital fluminense os professores do município que entram na rede com licenciatura plena e com carga horária de 40 horas já recebem a partir de R$ 6.073,29. A prefeitura ainda não divulgou se vai fazer algum tipo de reajuste para este ano.