Bolsonaro e Lula: PT aciona TSE contra presidenciável por discurso com tom eleitoral em Londres (Miguel Schincariol/Nelson Almeida/AFP/Getty Images)
Estadão Conteúdo
Publicado em 19 de setembro de 2022 às 07h04.
Última atualização em 19 de setembro de 2022 às 07h34.
A campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai acionar o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra o presidente Jair Bolsonaro (PL) pelo discurso com tom de campanha neste domingo, 18, em Londres.
O PT considera que o chefe do Executivo cometeu abuso de poder político e econômico porque a fala foi feita na sacada da residência oficial do embaixador brasileiro no Reino Unido. A legislação eleitoral proíbe atos de campanha em prédios públicos.
"É um absurdo, uma coisa inaceitável, e o jurídico da campanha de Lula está preparando uma ação contra mais esse desrespeito à Justiça Eleitoral", disse o senador Humberto Costa (PT-PE), coordenador da campanha de Lula, ao comentar a ação em entrevista ao Broadcast Político.
Bolsonaro está em Londres para o funeral da Rainha Elizabeth II. No discurso, ele repetiu o tom usado em atos eleitorais para fazer críticas ao adversário petista. "Sabemos quem é do outro lado e o que eles querem implantar em nosso Brasil. A nossa bandeira sempre será dessas cores que temos aqui [apontando para a bandeira do Brasil na sacada da residência]: verde e amarela. Jamais aceitaremos o que eles querem impor", disse o candidato à reeleição.
O presidente ainda disse que vencerá o pleito em 1º turno. "Eu estive no interior de Pernambuco. A aceitação é simplesmente excepcional. Não tem como a gente não ganhar no 1º turno", afirmou.
A senadora Soraya Thronicke (União Brasil), candidata à Presidência, e a vereadora Erika Hilton (PSOL-SP), candidata a deputada federal, pediram ao TSE que proíba Bolsonaro de usar imagens de sua viagem a Londres na campanha.
Em seu pedido, a candidata do União Brasil apontou que, se confirmado o uso eleitoreiro do evento, "estar-se-á diante de clara situação de emprego de recursos patrimoniais públicos em benefício de sua candidatura, em flagrante abuso do poder econômico e político".
Como o Estadão já mostrou, fontes próximas ao presidente apontaram que a possibilidade de fazer imagens para a propaganda eleitoral pesou para sua decisão de comparecer ao ato.
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